APA!


Eu sempre fui uma pessoa impulsiva. Tipo daquelas que se joga na piscina sem ver se ela tá com água, sabe? Uma vez um ex namorado me deu um papel de bombom e me mandou guardar. Eu, que ainda gostava dele, impulsivamente quis fazer graça, peguei um bombom, dei pra ele e disse com meu usual sorriso sarcástico: "aprende, viu?" Ele olhou pro bombom com uma cara tipo "putz" e disse "Você devia ter mais paciência. Eu ia te fazer uma surpresa, mas agora não vale mais a pena".

Toma na cabeça.

Coisa de adolescente, eu sei. Eu era uma, ele também. Mas essa cena ficou muito marcada na minha mente com luzinhas piscantes em neon rosa (eu odeio essa cor, então avaliem o trauma) pra me lembrar o que acontece quando se é impulsivo e não se espera o tempo certo. Provavelmente a gente nunca voltaria a ficar junto mesmo, e isso hoje não faz diferença. Exceto pra ilustrar meu completo pânico em perder alguma coisa que eu quero muito por agir precipitadamente.

Só que o que eu venho me perguntando ultimamente é: até onde existe o respeito para com o outro, e onde começa o desrespeito para comigo mesma?

Minhas amigas costumam dizer que sou uma pessoa paciente. Extremamente paciente. Eu gosto de dar aula, e tô me ralando pra tentar continuar na vida acadêmica, então talvez isso seja bom, afinal. Só que eu acho que a vida tem tentado me ensinar que paciência DEMAIS faz mal. Preciso encontrar ali um meio termo entre dar uma porrada em quem me estressa e a completa apatia. Não sou adepta de palavrões, mas começo a sentir a necessidade de soltar um APAPUTAQUEPARIU vez ou outra. Porque, tipo assim, eu tenho levado umas porradas bem dadas por estar exagerando na paciência.

Quer dizer... Cada um tem um tempo próprio pra agir, pra falar, pra tomar decisões, pra pensar. Eu sei o quanto é angustiante pra mim conversar com quem fala devagar (nem queiram saber a angústia que é com as outras opções); daí me vem um cerumano dizendo "oh, céus, eu gosto de sorvete crocante, mas o sorveteiro sabe que eu sempre peço chocolate"*... Pede um de quiabo então, cacete! E não me torra a paciência! Se tem algo que me tira do sério é o camarada que entra na loja, pede todo o estoque, experimenta TODAS as roupas e depois sai sem levar um chaveiro. Não sirvo pra ser vendedora, definitivamente. O cara sairia com uma meia enfiada nas fuças.

Este post não tem razão alguma de ser. Estou apenas divagando um pouco pra desestressar e me lembrar - e pra deixar registrado - que um "vai tomar no cu"** bem aplicado pode fazer maravilhas para resolver problemas do tipo "mais do mesmo". Hei de me lembrar disso.

Está decretada oficialmente a fase PACIÊNCIA MODE OFF.

* Piada interna para fãs de "Lois & Clark - The New Adventures of Superman".
** Não, os palavrões não vão se tornar uma constante, até porque eles me soam extremamente deselegantes. Mas, neste momento, eu preciso usar alguns pra não fazer coisa pior.

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