Então é natal, e o que você fez?


Jinglle Bell, hohoho e blá blá blá. É véspera de natal e as pessoas estão desde cedo na cozinha, preparando aquela ceia bem gordurosa, com comidas pesadas, enquanto aquele tio mala está tentando esconder das crianças a fantasia QUENTE de papai noel, mesmo sabendo que vai ter que tomar uns gorós antes de vestir pra poder aguentar o tanto que o diacho da barba pinica. Tudo altamente recomendável ao nosso clima tropical. Na boa, é difícil levar a sério uma época em que um dos maiores símbolos é um velho todo encapotado com roupas de lã que entra pela chaminé das casas pra dar presentes. COMO ter chaminé no Rio de Janeiro, que nos dias mais frios chega no máximo aí a uns 16°C? Aqui se chove nego já coloca casaco!!! Bem. Não, eu não ligo muito pra natal. Não sinto o “espírito natalino” e talz. E vou dar algumas razões pra isso.

Eu gosto de tradições, e respeito a data como tal. Mas, como diria Lois Lane num dos episódios da série Lois & Clark, pra mim natal é um dia legal, assim tipo o dia da árvore. Porque, né? Vamos combinar que, considerando-se Jesus como uma figura histórica, e os evangelhos como uma narrativa mesmo que só aproximadamente histórica (seus incrédulos!), dezembro é inverno no hemisfério norte (rá, vocês sabiam que Jesus nasceu no hemisfério norte?), e como os evangelhos podem narrar a presença de pastores no nascimento do guri em pleno inverno? Que diabos (ops!) aquelas ovelhas e vacas (oi?) estavam fazendo lá no inverno? Deixando claro, a Palestina não é Rio de Janeiro, onde não existe um frio decente. Em Israel NEVA. Bem. Minha fé tem suas limitações, como podem notar. Além disso, dia 25 de dezembro (respeitadas as diferenças de calendário) era uma data comemorativa pagã famosa em Roma (as “saturnálias”, se não me engano). Daí o motivo de resolverem, lá nos primórdios do cristianismo, fazer dessa data o dia do nascimento de Jesus. Ficava mais fácil pro povo assimilar, sabem como é. Ah, a árvore enfeitada? Coisa dos celtas, que penduravam frutas e doces nas árvores das florestas durante algumas festas. Pra quem gosta de sincretismo, o natal é a data ideal (a História destrói certas imagens que as pessoas têm a respeito de certas coisas, cuidado com ela).

Mas é claro que nada disso me desanima a festejar. Eu gosto da páscoa, por exemplo, mesmo com coelhos que botam ovo de chocolate (é ainda mais inverossímil que o velho vestido de lã descendo por uma chaminé no Rio de Janeiro). Mas, sobre o natal, tirando o fato de que a data aqui em terras tupiniquins cai na estação do ano em que meu mau humor ultrapassa todos os níveis considerados saudáveis pra convivência em sociedade, uma das coisas que me irritam é que aparentemente do nada a população se reproduz por geração espontânea. Já notaram a QUANTIDADE de gente circulando na rua nessa época do ano? É a época do consumismo desenfreado. Todos os canais, todas as vitrines, todas as esquinas gritam “COMPRE, COMPRE, COMPRE”. Sei lá, isso não me parece muito cristão, já que Jesus (aquele mesmo que dizem que nasceu no inverno cercado por vacas e ovelhas) era um carpinteiro que, segundo ele mesmo, não tinha nem onde repousar a cabeça. Contradições das tradições na era do capitalismo. Well.

Aliás, falando em canais, ô época do ano INSUPORTÁVEL pra se ligar a TV. Eu já não sou muito fã desse eletrodoméstico, mas na semana do natal a coisa fica inviável. Todos os filmes falam de natal (é claro, cheio de muita neve – eu tento com isso condicionar meu cérebro a pensar que está frio, mas o corpo não acredita), todos os programas dão receitas de peru e bichos com nomes esquisitos que ninguém nunca viu vivo (bacalhau, por exemplo; alguém já viu um bacalhau vivo?) como chester, tender, pernil (dizem que esse último é um pedaço de porco... Não sei porque não faço questão de conferir, já que não como porco. Deve ser meu lado judeu se manifestando. Aliás, não é interessante comemorarem com porco o nascimento de um judeu?), sem contar as “celebridades” fazendo “caridade” em frente às câmeras, graças ao “espírito de natal”... No resto do ano os pobres que se danem, basicamente. E a música da Simone, MEUDEUSDOCÉU, a música da Simone tocando a cada dois minutos e meio num raio de cinco quilômetros em qualquer lugar que você vá – “então é natal, e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez” e blá, blá. Desde meus 13 ou 14 anos eu ouço essa música tocando exaustivamente TODO final de ano! Esse povo não enjoa não?! Haja espírito de natal! Aliás, eu tenho a impressão de que você é quase OBRIGADO a sentir o “espírito natalino”, ou as pessoas te olham com cara de pena ou de estranhamento. “Como assim você não fica feliz no natal?” Muita forçada de barra pro meu gosto, sorry.

Mas eu não “odeio” o natal, como pode parecer pelas minhas reclamações (relevem, estamos no verão de 40°>C do Rio de Janeiro e isso é tudo que passa pela minha cabeça nessa época do ano). Rabanada e chocotone, por exemplo, são coisas MUITO legais no natal. Não consigo lembrar de outras, mas deve ter.

A família, ah, a família. Momento em que aqueles primos que você não vê desde o ano passado aparecem de para-quedas na tua casa e vão direto pra geladeira – e ainda reclamam que a cerveja não tá gelada. Quando teu cunhado folgado, que tá te devendo uma nota, pergunta o que você comprou de presente pra ele. Quando sua mãe resolve reclamar que teu marido é um inútil, não entende porque você se casou com ele, diz que você escolheu muito mal e na verdade tinha que ter se casado com o IRMÃO dele. Ou então aquela tia velha pergunta, se você é solteira, porque até agora não arrumou um marido. “Olha, você já tá passando da idade de casar, viu?” (no meu caso, inclusive, pelos padrões dessa gente, já passei). Aham. Minhas respostas pra esse tipo de comentário normalmente não são muito coerentes com o “espírito de natal”.

Enfim, pra você que adora essa época, espera ansiosa (o) pra abrir os presentes, se empanturrar com todas aquelas comidas gordurosas, abraçar aquele parente que durante o resto do ano você só fala mal, e desejar que “Jesus nasça em seu coração” (oi?), aproveite bastante. De minha parte, vou ficar aqui relendo O Senhor dos Anéis – As Duas Torres e comendo minha pizza quatro queijos, contando os minutos pra que o Réveillon chegue logo – essa sim, uma festa que eu acho digna de ser comemorada. Ok que a noção de tempo é algo inventada pelo homem e que dia primeiro de janeiro de qualquer ano é exatamente igual ao dia trinta e um de dezembro do ano anterior... Mas a gente sempre espera que algo diferente aconteça. Então, feliz natal pra quem curte, assista a um filme ou leia um livro quem não curte, e que venha o ano novo!

P.s.: Uma coisa que eu não entendo é: por que os ateus e os Flinstones comemoram o natal?

O que você quer ser quando crescer?


Relendo um texto que escrevi há cerca de dois anos, me dei conta de que nunca soube efetivamente o que fazer da vida. Acho lindo aquelas pessoas que, desde criança, mostram um talento inato pra determinada profissão. Sempre estive bem longe disso, e, arrumando minhas bugigangas esta semana (diários, agendas, recados de amigos, etc – as coisas que uma mudança nos força a fazer), confirmei isso sem sombra de dúvidas.

A lembrança mais antiga que tenho é de alguém me perguntando, numa padaria, armazém ou papelaria qualquer onde fui com algum primo, numa época em que o balcão me parecia algo assim como a Muralha da China (que eu não fazia idéia do que era), o que eu queria ser quando crescesse; minha pronta resposta foi: “bailarina” (oi?). Desde aquela época – que eu não lembro muito bem quando foi – eu já quis ser de engenheira elétrica a psicóloga, passando por jornalista e anatomista, entre outras coisas. Acabei me formando Bacharel em Dança (oi??), mas isso é só um detalhe. Acreditem, só um detalhe MESMO.

Pra começar, eu odiava o colégio onde cursei o ensino fundamental (que na época ainda se chamava primeiro grau). Queria sair de lá de qualquer maneira. Passou brevemente pela minha cabeça fazer ensino técnico em processamento de dados mas, como não havia essa opção no meu município, fui convencida a abandonar o projeto. Minha mãe conseguiu uma vaga num outro colégio municipal pra “Formação Geral” (ainda existe isso?) no ensino médio, e, por causa do meu primeiro namoradinho, eu cismei que queria ir pra uma escola técnica, não pra escola onde minha mãe conseguiu vaga. Como eu sou pior do que mula empacada quando cismo com alguma coisa, bati o pé que faria o concurso pra tal escola técnica de qualquer maneira. Minha mãe ameaçou: se eu não passasse, ficaria no mesmo colégio e ainda faria “Formação de Professores” (a terceira opção da época pra quem fosse cursar ensino médio, além da tal “Formação Geral” e do ensino técnico). Pânico, horror, pavor!!! Eu, professora???? Never! Guardem esta informação para verificações futuras.

Quando fui fazer a inscrição do concurso, a menina me perguntou pra qual curso eu iria. Naquela escola eram três: Edificações, Eletrotécnica e Administração. Como eu nunca tinha ouvido falar nem fazia a menor idéia do que eram os dois primeiros, minha opção foi na lógica: “Bota Administração aí”. Resultado: Passei.

Meu namoradinho era de Eletrotécnica e, consequentemente, eu andava com muitos alunos do curso. A paixão por ele não durou muito tempo, mas em compensação a paixão pela ideia de fazer plantas naquelas mesas de desenho iradas, usar papel vegetal, régua T, aranha e escalímetro assumiu o lugar. Vivia enfiada nas salas de desenho do colégio, passeando pra cima e pra baixo com o material emprestado pelos meus amigos e desenhando plantas de casas bizarras. Aí eu cismei que seria engenheira elétrica (é claro que o fato de ter dificuldades pra fazer uma conta simples de somar não vinha ao caso).

Foi mais ou menos ali pelo ano de 95, 96 que eu me apaixonei por uma série de televisão: “Lois & Clark, as novas aventuras do Superman”. Esqueci as plantas, os desenhos, minha ambição de ser engenheira elétrica e só conseguia pensar numa coisa: Jornalismo! Eu era a própria Lois encarnada!!! Sempre li e escrevi compulsivamente, a coisa parecia mais adequada do que o mundo de números da Engenharia, qualquer que fosse ela. Administração, who?

Aí, lá pro final do curso, eu comecei a ter aulas de Psicologia. A série já tinha descambado pro limbo televisivo, eu não tinha internet pra alimentar o vício, e a Lois que existia em mim foi cuidadosamente engavetada pra dar lugar a uma pseudo-psicóloga, que achava que todas as atitudes humanas poderiam ser explicadas cientificamente (eu e minha necessidade de explicar tudo). Essa acabou não durando muito. Quando me formei, consegui um estágio – surpresa! – na área de Administração, é óbvio.

Uma outra grande paixão da minha vida foi o militarismo. Sempre fui apaixonada por fardas, e sonhava vestir uma. Depois do estágio eu arrumei um emprego e, cerca de um ano depois, uma colega de trabalho falou sobre um curso preparatório pras escolas militares. E lá fui eu. Sargento Especialista da Aeronáutica (apenas uma estação antes do meu objetivo, que era passar pra Marinha como tenente). A área? Administração, óóóbvio, fazer o que. Mais ou menos nessa época os computadores voltaram a me tentar – nunca deixaram totalmente, pra ser sincera –, vivia enfiada no setor de informática do meu trabalho, me metia a mexer em micros que davam pane, escarafuchar impressoras matriciais e tive um rápido namorico com um dos garotos de lá. Mas nada mais importava fora Guaratinguetá e a Escola de Especialistas. Bem, essa é uma fase triste da minha vida; não passei.

Como a carreira militar tinha limitações de idade, em determinado momento eu desisti de tentar – porque, né, já deu – e resolvi fazer vestibular. Por uma epifania não muito explicável racionalmente até hoje, decidi pela faculdade de Dança – que eu sequer sabia existir, até o momento que resolvi procurar. Fui pro pré-vestibular (porque, depois de três anos de pré-militar eu poderia saber muita coisa sobre Administração, Contabilidade e Estatística, mas definitivamente não fazia idéia do que era mitose e meiose, não lembrava muito bem quais eram os estados brasileiros e minha capacidade de ir além dos cálculos essenciais da matemática financeira – que nunca foi grande coisa – estava seriamente prejudicada), com a cabeça em Dança na UFRJ e, só pra não perder a viagem, História na UERJ. Guardem também este detalhe: História.

Um belo dia, quando não havia nada pra fazer no trabalho, resolvi escrever um texto sobre a guerra do Iraque; despretensiosamente, só porque eu sempre tive uma necessidade absurda de dar pitaco em qualquer coisa. Em época de vestibular, claro que pensei em levar meu textinho pra algum professor avaliar – afinal, vestibular tem redação, né?! Ou pelo menos na minha época tinha. Não podendo segurar a ansiedade até a aula de redação – que seria só na sexta-feira, e ainda era começo da semana – mostrei o texto pro professor de Literatura. Ele perguntou se podia levar o texto e falar comigo depois. Eu sempre saía do curso correndo pro trabalho, não teria tempo depois da aula mesmo, então não vi problemas quanto a isso. Eis que a criatura me aparece na semana seguinte, com uma pilha de jornais na mão (um jornal local), e começa a distribuir pela sala. Eu não sabia, mas o ser era editor do jornal do município, e publicou meu texto. Em cerca de 24 horas eu me transformei de uma ilustre desconhecida em sensação do curso. E quem me conhece sabe o quanto eu a-do-ro holofotes [ironia detected]. Quando a professora de redação resolveu emitir seu parecer sobre o assunto – LENDO o texto em voz alta, na aula seguinte – eu lentamente fui escorregando pela cadeira e, no final, já estava quase debaixo da mesa (e, não, isso não é um exagero). Essa foi minha veia Lois Lane se manifestando novamente; o curso inteiro jurava que eu faria Jornalismo. A meia dúzia que me perguntou reagiu com cara de interrogação ao saber que eu faria Dança. “Existe isso?”

Existe. Daí eu fui parar num curso desconhecido, com matérias com nomes esquisitos tipo “Fundamentos dos Parâmetros da Dança – Ritmo” e “Progressões do Movimento Segmentar”, e descobri que teria que estudar coisas como Anatomia, Bioquímica, Fisiologia, Cinesiologia... Peraí; eu disse Anatomia? Eu me dei conta na semana da matrícula de que teria 90 (eu disse NOVENTA) horas de aulas PRÁTICAS de Anatomia. Quer dizer, como assim? Eu vou ter que mexer em cadáver?! Por pelo menos uns dois dias eu considerei seriamente desistir da vaga numa universidade pública. Aliás, minhas primeiras aulas de Anatomia seriam hilárias (pra qualquer um) se não fossem apavorantes (pra mim). Eu entrava no laboratório mais ou menos como os protagonistas de filmes de terror abrem a porta pra constatar que barulho foi aquele no meio da noite. Eu jurava que daria de cara com um zumbi atrás de alguma porta a qualquer momento. Essas foram só as primeiras aulas. O resultado foi que, no semestre seguinte, eu já era monitora da disciplina e consequentemente uma das responsáveis por dar as aulas práticas – inclusive montando e corrigindo as provas com aqueles mesmos cadáveres (ou pedaços deles) que tanto me metiam medo. Professora, eu? Ehr...

Nessa época eu alimentei por algum tempo o delírio de pedir reingresso pra Medicina ou algo do tipo, só pra poder ser anatomista. É óbvio que isso não sobreviveu à(s - duas) reprovação (ões) em Bioquímica.

No quarto período eu entrei em crise (a primeira – quem nunca passou por crises durante a faculdade?) e cismei que ia trancar a matrícula e mudar pra História (História, lembram? Tem mais). Alguns amigos me impediram e eu perseverei aos trancos e barrancos até o (recente) fim. O resultado parcial dessa salada toda é o seguinte: no fim da faculdade a tentação das Biomédicas voltou, com minha breve intenção de tentar um mestrado pra Neurofisiologia (cuma?); mas como minha paixão nesse caso exigiria outros talentos que eu definitivamente não possuo (Química pra mim se resume a um monte de C ligados por tracinhos e que não fazem sentido algum), decidi mesmo pelo mestrado em História (olhaí). Obviamente, com uma formação em Dança, seria meio lógico pensar que meu projeto fala acerca de algum grande nome da Dança Moderna, ou, recuando muito no tempo, talvez discuta algum aspecto do Balé da Corte. Bom. Com esse retrospecto, eu só digo uma coisa: Meu tema é sobre o corpo como agente religioso na Palestina do I século.

É melhor nem tentar entender. Como diz uma das minhas comunidades no Orkut, “O que eu quero ser não existe”.

O que é isso, companheiro?


Temos uma nova presidente, a primeira mulher na História do Brasil a exercer o cargo máximo do poder executivo e blá, blá, blá, wiskas sachê. Votei na Dilma no segundo turno, sim, mas admito que não sei se posso confiar nela. O que sei é que não confio de forma alguma no Serra – ou melhor, na forma de fazer política do PSDB que ele representa. Como li por aí durante a campanha, a Dilma não era a candidata dos nossos sonhos, mas definitivamente o Serra era o candidato dos nossos mais terríveis pesadelos.

A questão me parece mais ou menos simples; eu, enquanto classe média baixa, vi – e vivi – melhoras significativas durante o governo petista. Lembro-me da campanha chantagista do PSDB com a Regina Duarte, em cadeia nacional, dizendo “eu tenho medo”. Olha, depois de oito anos (e agora com mais quatro confirmados), se ela ainda não saiu do país ou tá com uma terrível síndrome do pânico, já deve ter encontrado um bom psicólogo / psiquiatra e tá tomando remédios de tarja preta pra vencer esse medo. Porque, né? O povo parece estar gostando.

O PT já não é de esquerda há algum tempo, é preciso que se diga. No máximo, no máximo, eu diria que ele é um centro-moderado. Ainda tem enfoque nas políticas assistencialistas, mas sem as neuroses de outros partidos (pelamordedeus, o que é o slogan “contra burguês, vote 16” em pleno século XXI?!); dá um certo apoio às elites, mas sem a babação da direita, muitíssimo bem representada pelo PhD Fernando Henrique Cardoso e pelo até ontem candidato José Serra. Na verdade o governo de Lula foi populista – uma espécie de neo-varguismo modernizado (amigos historiadores, não me acusem de anacronismo, estou apenas divagando) –, mas o que mais me chamou a atenção na candidatura do Lula em 2010 (vá, quem se candidatou foi o Lula, a Dilma foi só fachada) foi o apoio massivo da elite intelectual do país. Professores universitários e até reitores fazendo manifestos públicos de apoio ao governo petista. Não sou uma grande conhecedora da História política do meu país (confesso, com certa vergonha), mas isso me parece inédito. Um governo populista, por princípio, em geral desagrada às elites – todas elas, inclusive a intelectual. Dessa vez houve uma mudança. Não consigo vislumbrar muito bem onde, ou por que; talvez o futuro me responda.

De minha parte, não tenho do que reclamar do governo petista. Escândalos? Ora, o dia que me apresentarem um único governo que tenha cumprido seu mandato sem escândalos a perder de vista, eu começo a respeitar esse argumento. Até lá, pra mim sempre vai soar como o seis falando do meia dúzia. E eu não respeito esse tipo de coisa. O que eu vi, aqui da Baixada Fluminense, lugar com maioria pobre, com pai motorista aposentado e mãe dona de casa, ambos sem o ensino fundamental completo, e eu tendo que ralar MUITO pra trabalhar e fazer faculdade, foi um certo aumento de padrão de vida ao meu redor. Admito, eu amaldiçôo o inventor do automóvel quando preciso ficar duas, três horas pra fazer um percurso que, há seis anos, eu fazia às vezes em menos de uma hora. Mas, racionalmente falando, existem mais automóveis na rua, por isso tanto engarrafamento. De onde saiu o dinheiro pra tanta gente comprar carro? E eu percorro as grandes vias de acesso da periferia para o Centro do Rio (Dutra, Av. Brasil); ou seja, eu vou do menor para o maior poder aquisitivo (em teoria – não incluo aqui as favelas – ops! Comunidades, pra ser politicamente correta).

Além do mais, eu presenciei – e ainda presencio – as mudanças na UFRJ. Da era PSDB por lá, eu só ouço falar; campus abandonado à noite, grade de docentes abaixo do mínimo possível pra se trabalhar (e aqui eu falo do meu curso, Dança), com os professores tendo que se desdobrar em várias disciplinas porque não abriam concursos, greves anuais e, bolsa de pesquisa? Onde? O que é isso? Afinal, pra que um curso de artes vai precisar pesquisar, não é mesmo? Como dizem por aí, é só “dançar”.

Dos oito anos do governo petista, eu estou por lá desde 2004 – ou seja, seis anos (meu curso tem duração de cinco, e, bem, como eu disse, tive que trabalhar durante a faculdade...). O que eu vejo hoje é um campus em obra, iluminado, com segurança da universidade e PM’s montados fazendo ronda à noite. Perigoso? Olha, se me disserem um lugar da cidade do Rio que não seja perigoso à noite, eu posso até concordar. Nunca fui assaltada lá; em compensação já tive uma metralhadora apontada pra minha cabeça em plena Av. Pres. Dutra, voltando de uma festa. Conheço gente que já sofreu sequestro relâmpago no campus; mas também sei de bandido que invadiu o prédio do IFCS, em pleno Centro do Rio, à luz do dia. E aí? Além disso, não sei nos outros cursos, mas na Dança nós estamos com concursos pra docentes há algum tempo, e ainda há muitas vagas a serem preenchidas, finalmente. Temos inúmeras bolsas de pesquisa, e, com isso, a produção está crescendo a olhos vistos – o curso já está quase engolindo o de Ed. Física, com o qual divide o prédio. Prova de que, com o devido incentivo, um curso de arte pode fazer muita coisa.

Parando de olhar pro meu próprio umbigo (bom, eu tento, dentro do possível, só falar daquilo que conheço pra tentar falar o menos possível de besteiras), passamos muito bem, obrigada, por uma crise que abalou os grandes poderosos do mundo. Das duas uma; ou o brasileiro já tá TÃO acostumado com crises que nem percebeu essa, ou então realmente ela só chegou aqui como uma marolinha. O nível de desemprego no país está batendo recordes – de baixa, é importante que se diga –, e há algumas áreas, como a de construção civil, por exemplo, carecendo de mão de obra. E isso do nível de pedreiro até engenheiro. Aliás, a imagem que ilustra este post é de uma matéria de 14 páginas feita pela revista especializada em economia The Economist em novembro de 2009 sobre “o maior sucesso da história da América Latina”. Infelizmente eu não tive acesso à matéria completa, mas eu ainda a encontro. Já mencionei que pagamos a dívida externa? Bem, quem é da minha geração certamente se lembra da época em que isso parecia impossível.

É claro que nem tudo são flores. A saúde ainda anda abandonada por aqui, e o alinhamento do governo petista com ditadores como Hugo Chávez e Armadinejad não ajuda muito – mas também não é nada tão preocupante assim. Em nenhum momento Lula ou quem quer que seja do PT deu mostras de querer seguir a história de ditadura desses dois, até porque o Brasil tem péssimas memórias de seu próprio período ditatorial, e não creio que o povo, hoje, aceitasse esse tipo de coisa (eu espero, porque ainda me assusta brasileiros dizendo que “na época da ditadura as coisas eram melhores”. Isso porque eu tentei ser militar durante muito tempo, mas daí a dizer que a ditadura dava melhor condição de vida pra população... É muito discurso de mídia manipulada pelos estadunidenses). Em todo caso, o Brasil tem mantido boas relações em geral, seja com governos polêmicos, seja com os mais tradicionais, como manda a política da boa vizinhança – e, o melhor, sem a babação de ovo do governo PSDB pra cima dos EUA. Aliás, não deixa de ser engraçado ver os EUA criticando o apoio de Lula ao presidente do Irã, quando eles mesmos apoiaram o golpe de 64 aqui no Brasil, além de apoiarem um assassino no nipe de Pinochet, depois de cercarem o palácio do governo do Chile e “suicidarem” Allende. Oh, well. As ditaduras são boas desde que favoreçam o “american way life”. ENTÃO TÁ, NÉ.

(É mais forte do que eu. Falar de política sempre me leva a criticar o atual Império do Ocidente. Coisa de quem vive na colônia, acho. Como dizia meu ex-professor de conhecimentos bancários, “os americanos são ótimos. Adoro os americanos. Especialmente à milanesa”.)

Enfim, no todo, particularmente, eu não tenho do que reclamar do governo petista do Lula. Embora veja Dilma com bastante desconfiança, espero sinceramente que ela siga o mesmo caminho do seu antecessor. Funcionários de estatais, podem respirar aliviados porque vão manter seus empregos, sem privatizações; pessoal concurseiro, pode respirar aliviado e continuar seus estudos, porque vão continuar a surgir vagas. E pessoal da UFRJ (e demais federais), pode respirar aliviado porque, pelo menos pelos próximos quatro anos, a tendência é que aquela terrível fase de greves anuais não volte, e o ano letivo pode terminar na santa paz do Senhor. Ops! “Pregaram” por aí que a Dilma era uma atéia comedora de criancinhas; será que posso usar essa expressão, “santa paz do Senhor”, no caso?!

P.s.¹: O Serra deu a entender que ainda tem gás pra mais uma disputa eleitoral daqui a quatro anos. Eu realmente não sei se a Dilma vai ter o carisma do Lula pra descolar uma reeleição – ele, em compensação, se voltar ganha, mas duvido que volte; ele agora parece querer voos mais altos –, em todo caso, daqui a quatro anos qualquer que seja o candidato do PT ou do PSDB (argh!), vai ter que enfrentar um páreo muito duro; a Marina vai chegar RASGANDO. Guardem o que estou dizendo.

P.s.²: Estou curiosa pensando qual vai ser a matéria de capa da “imparcial” revista Veja. Com a vitória de Dilma, será que eles vão anunciar o Armageddon? Ou vão encenar o enterro do Brasil?

Ad Exstirpanda


Eu já disse por aqui que sou evangélica. Protestante. Crente, ou qualquer outro adjetivo que preferirem. Batizei-me na Igreja Metodista por livre e espontânea vontade (antes disso meus pais me batizaram na Igreja Brasileira e na Igreja Católica, quando eu era pequena demais pra emitir muitas opiniões a respeito – aliás, não me perguntem a diferença entre elas. Era recém nascida no primeiro batismo, e tinha uns 6 anos no segundo; o padre da Católica me perguntou “por que você tá se batizando?” e eu respondi “porque meus pais mandaram”). Escolhi a Metodista, já adulta, por me parecer uma igreja coerente, não muito propensa a modismos, além de ser equilibrada em seus princípios. É claro que isso não é 100% verdade em todas as igrejas dessa denominação; e é claro também que eu discordo (como, logo eu, poderia não discordar de algo?!) de um monte de coisas (minha pretensa-futura-orientadora me chama de “crente de merda”, mas tudo bem). Mas, religião, pra mim, é algo que faz bem. Ritos, essas coisas; genuinamente me sinto mais próxima de Deus. Eu gosto.

Aí eu vi hoje, na TV, que o Diante do Trono vai estar no Faustão. Há um tempo estiveram Aline Barros e Fernanda Brum. Noutro dia eu liguei a TV num sábado de manhã e, zapeando os canais (eu não tenho TV a cabo), constatei que, de 6 canais que pegam por aqui na roça, 3 – TRÊS – passavam programas religiosos (evangélicos, protestantes, crentes, etc). Recentemente comentaram no meu Facebook que iam votar no Serra porque “pelo menos ele não é ateu, como alguém que não crê em Deus vai pensar no próximo?”. Aqui nos fundos da minha casa, a vizinha resolveu fazer culto todo santo dia e, enquanto ela canta que “meu corpo é de Deus, minha alma é de Deus”, é inevitável eu pensar que a voz, em compensação, deve ser do... Bem. Deixa pra lá.

Por que todo esse preâmbulo? Eu deveria estar feliz com toda essa “expansão do Evangelho” – como eu sei que muitos amigos meus estão –, não deveria?

Pois é. Mas eu não estou. Para falar a verdade, isso me deixa com medo. Muito medo.

Um comentário de um amigo da minha tia – homossexual (o amigo, não minha tia) – expressa bem meu medo. Ele disse: “ainda bem que eu não vou estar vivo pra ver a volta da caça às bruxas”. Exagerado? Eu acho que não.

O grande problema que eu vejo nessa situação são as pessoas que fazem da religião (e dos pastores, padres, etc) seu guia de vida. Porque, sinceramente, pensar dá trabalho. Cansa pra caramba. Às vezes destrói fantasias cultivadas durante anos. Eu sei disso. Tão mais confortável, tão mais cômodo só beber da água dada pelos outros, ao invés de ir lá, quebrar pedra com a mão até achar uma fonte... Só que o problema é que, confiando na água que os outros dão, você corre o risco de beber água da torneira. Água contaminada. Água com “coliformes fecais” – e, olha, em matéria de religião é o que mais tem por aí. Sempre foi assim, pra falar a verdade. Sócrates foi condenado por “corromper” a juventude de Athenas; Catarina de Médici insuflou o povo francês contra os huguenotes (protestantes), e o resultado foi o massacre da Noite de São Bartolomeu. Isso porque eu quis fugir dos exemplos mais do que conhecidos das Cruzadas, da Inquisição, e da perseguição de Hitler aos judeus. A História tá aí pra quem quiser ver do que as pessoas são capazes em nome da religião.

Para onde quer que você se vire, depara-se com uma igrejinha de fundo de quintal. Não precisa procurar muito pra encontrar canais de TV e emissoras de rádio com programas religiosos. E alguém já parou pra se perguntar se o que eles pregam, o que eles anunciam, é minimamente correto em matéria de ética? E aí eu não estou nem entrando na questão da interpretação bíblica; vejam bem, estou falando de ética, um princípio básico de convivência humana, independente de crenças.

Acho bacana aqueles grupos que fazem “desfiles” durante o carnaval, pregando. Não critico os que vão para manifestações como paradas gays pra defender o que pensam. Graças a Deus, nós – ainda – vivemos num país livre, e eles têm tanto direito de estar ali, num local público, quanto os outros (e o inverso também, antes que me esqueça), desde que não transformem sua presença em motivo de guerra ou falta de respeito para com os outros que pensam diferente. Manifestações pacíficas nunca fizeram mal a ninguém. Mas esse é o problema; até onde vai o diálogo entre diferentes e onde começa a falta de respeito?

Eu entendo o raciocínio cristão. De verdade (por mais que alguns provavelmente me considerem meio herética; não faz mal, eu AINDA posso pensar diferente da maioria sem risco pra minha vida – só uns olhares tortos e umas críticas veladas, mas acho que consigo conviver com isso). Se você acredita no binômio céu / inferno, sendo um bom e o outro ruim, é claro que você não vai querer que as pessoas acabem indo para o caminho ruim. É bonita essa preocupação com o outro. É coerente. De verdade. O que não é coerente é, pra usar uma piada comum no meio, meter um trezoitão na cabeça do maluco e dizer “aceita Jesus senão morre”. Alow? Livre-arbítrio, alguém?

Encher o saco do seu amiguinho com trechos decorados e descontextualizados da Bíblia não é coerente. Perturbar a paz do seu vizinho com sua voz estridente e desafinada não é coerente. Fazer cultos GRITADOS (alguém avisa que Deus não é surdo?) todos os dias pra, à noite, falar todos os palavrões conhecidos e alguns desconhecidos com o marido não é coerente. Condenar ao inferno aquele homossexual da TV não é NADA coerente (quem é você para condenar alguém a alguma coisa?! Tem a formação de juiz? Ótimo; no máximo você condena alguém à cadeia e olhe lá, retire-se a sua insignificância). Eleger alguém a presidência de um país, sem sequer saber da sua plataforma política, seu passado político, e as aspirações do partido ao qual é filiado só porque ele “crê em Deus” (ou pelo menos diz isso), mais do que incoerência, é BURRICE – e, desculpa, com burrice eu não tenho muita paciência. É um defeito meu, sorry. Burrice não é ignorância; meus pais não têm culpa de, quando jovens, não terem encontrado condições financeiras de estudar. Burrice é ter PREGUIÇA DE PENSAR. É aceitar o que os outros dizem como verdade única e absoluta, e apontar o dedo na cara de quem pensa diferente, sem qualquer argumento, exceto o “é porque é, se não fosse não seria”. Olha, eu não consigo engolir essa justificativa nem quando se refere a algo banal, como porque casa é com s e não com z. Quanto mais a algo sério como gente que acha que pode mandar na minha consciência.

Pode parecer brincadeira, mas é sério. Muito sério. A História tem padrões que se repetem. Repetem-se o suficiente pra me assustarem, vendo o rumo que as coisas estão tomando hoje. Não creio que as fogueiras voltem a arder nas praças, mas hoje em dia existem meios de perseguição psicológicos tão cruéis quanto. Quando minha tia mencionou o comentário do amigo dela, complementou: “daqui a pouco os homossexuais e as mulheres que fizeram aborto vão começar a ser párias na sociedade!” Bom, como eu respondi a ela, eu não sou homossexual, nunca fiz aborto e ainda sou crente... Mas, pra falar a verdade, eu também tenho medo.


P.s.: Antes que alguém apareça repetindo a velha máxima do “a religião é o ópio do povo”, lembro da Rússia Stalinista; lá, não havia a desculpa da religião pra justificar todas as atitudes hediondas que foram cometidas. Ou seja, ainda que não existisse o conceito de “religião” no mundo e todos fossem ateus, ainda assim o ser humano não teria respeito para com o próximo. Isso me parece muito lógico, já que a enorme maioria das religiões prega a paz, o amor e o respeito, e os homens conseguem perverter tudo e transformar esses princípios em preconceito.

APA!


Eu sempre fui uma pessoa impulsiva. Tipo daquelas que se joga na piscina sem ver se ela tá com água, sabe? Uma vez um ex namorado me deu um papel de bombom e me mandou guardar. Eu, que ainda gostava dele, impulsivamente quis fazer graça, peguei um bombom, dei pra ele e disse com meu usual sorriso sarcástico: "aprende, viu?" Ele olhou pro bombom com uma cara tipo "putz" e disse "Você devia ter mais paciência. Eu ia te fazer uma surpresa, mas agora não vale mais a pena".

Toma na cabeça.

Coisa de adolescente, eu sei. Eu era uma, ele também. Mas essa cena ficou muito marcada na minha mente com luzinhas piscantes em neon rosa (eu odeio essa cor, então avaliem o trauma) pra me lembrar o que acontece quando se é impulsivo e não se espera o tempo certo. Provavelmente a gente nunca voltaria a ficar junto mesmo, e isso hoje não faz diferença. Exceto pra ilustrar meu completo pânico em perder alguma coisa que eu quero muito por agir precipitadamente.

Só que o que eu venho me perguntando ultimamente é: até onde existe o respeito para com o outro, e onde começa o desrespeito para comigo mesma?

Minhas amigas costumam dizer que sou uma pessoa paciente. Extremamente paciente. Eu gosto de dar aula, e tô me ralando pra tentar continuar na vida acadêmica, então talvez isso seja bom, afinal. Só que eu acho que a vida tem tentado me ensinar que paciência DEMAIS faz mal. Preciso encontrar ali um meio termo entre dar uma porrada em quem me estressa e a completa apatia. Não sou adepta de palavrões, mas começo a sentir a necessidade de soltar um APAPUTAQUEPARIU vez ou outra. Porque, tipo assim, eu tenho levado umas porradas bem dadas por estar exagerando na paciência.

Quer dizer... Cada um tem um tempo próprio pra agir, pra falar, pra tomar decisões, pra pensar. Eu sei o quanto é angustiante pra mim conversar com quem fala devagar (nem queiram saber a angústia que é com as outras opções); daí me vem um cerumano dizendo "oh, céus, eu gosto de sorvete crocante, mas o sorveteiro sabe que eu sempre peço chocolate"*... Pede um de quiabo então, cacete! E não me torra a paciência! Se tem algo que me tira do sério é o camarada que entra na loja, pede todo o estoque, experimenta TODAS as roupas e depois sai sem levar um chaveiro. Não sirvo pra ser vendedora, definitivamente. O cara sairia com uma meia enfiada nas fuças.

Este post não tem razão alguma de ser. Estou apenas divagando um pouco pra desestressar e me lembrar - e pra deixar registrado - que um "vai tomar no cu"** bem aplicado pode fazer maravilhas para resolver problemas do tipo "mais do mesmo". Hei de me lembrar disso.

Está decretada oficialmente a fase PACIÊNCIA MODE OFF.

* Piada interna para fãs de "Lois & Clark - The New Adventures of Superman".
** Não, os palavrões não vão se tornar uma constante, até porque eles me soam extremamente deselegantes. Mas, neste momento, eu preciso usar alguns pra não fazer coisa pior.

Palhaçada!


A cada ano eleitoral que passa, mais me torno monarquista. Sim, porque, convenhamos, um povo que elege e reelege nomes como Garotinho, Maluf e Roseana Sarney merece ser conduzido debaixo de porrada, pra ver se aprende alguma coisa.

“Diretas Já” pra que, meu povo?!

Enquanto as discussões seguem acaloradas entre os defensores da elite, partidários do Serra, e os populistas, partidários da Dilma, o pessoal parece esquecer que a máquina pública não se move apenas com um presidente. Tem muita coisa por trás, e a culpa das lambanças políticas não é só de quem senta na cadeira do cargo máximo do executivo não. Se fosse assim, seria ditadura, não democracia. Tem um bando de urubu atrás de seu pedacinho de carniça. Que, no caso, se resume àqueles caraminguás minguados que você recebe todo mês na sua conta. Enquanto você se satisfaz com um salário de merda, seu deputado federal mais eleito, um tal de “Tiririca”, vai receber num ano provavelmente mais do que você vai receber durante toda sua vida. Isso sem trabalhar metade do que você trabalha. Culpa sua.

Brasileiro tem mania de levar a vida na flauta. Tudo é lindo, tudo é colorido, tudo é praia, sol, futebol e carnaval. A violência? Culpa dos políticos, que não pagam os policiais direito. Fome? Ah, agora tem bolsa-miséria, só quem reclama de fome é vagabundo. Educação? Pra que esse povo quer educação, não é mesmo? Vamos rir, fazer piada. Sei lá, eu tenho a impressão de que eleger o Tiririca deputado federal foi alguma espécie de protesto cômico. Ou tentou ser, porque eu não achei graça nenhuma. Quem vai pagar o salário daquele infeliz semi-analfabeto sou eu. Sem ter nada a ver com isso, diga-se.

Poderia-se alegar que, em termos democráticos, o brasileiro ainda é uma criança. A República foi proclamada em 1889, e ficou na mão de militares durante muitos anos. As poucas experiências democráticas que tivemos, antes de 1989, tiveram participação popular inexpressiva – o detalhe é que o presidente eleito em 1989, Collor, sofreu impeachment três anos depois, um prenúncio de que o povo definitivamente não sabia escolher seus governantes. Vinte e um anos depois da primeira eleição à presidência pós-Diretas Já, quatro presidentes (Fernando Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Lula), um impeachment e duas reeleições depois, o povo continua fazendo merda. Esse foi só um levantamento superficial do que é mais palpável, mais midiático, que são as eleições pra presidente. Mas nesse meio tempo o Collor (aquele, do impeachment) já foi eleito senador, os Sarney continuam sendo os donos do Maranhão, Maluf encara milhões de processos com a cara mais cínica do mundo e se reelegendo vitaliciamente e Garotinho ri na cara da justiça. Culpa da nossa legislação insuficientemente rígida? Não, culpa da falta de vergonha na cara do povo, que continua elegendo essa corja e fazendo palhaçada nas urnas, pagando salários estratosféricos a gente como o finado Clodovil e agora o Tiririca.

Palhaço não é o Tiririca. Palhaço é quem vota nele.

P.s.: Só pra constar, as atualizações estão raras porque estou às voltas com dois concursos de mestrado e um concurso público – sim, eu também quero ser sustentada pelos impostos do contribuinte. Se o Tiririca pode, por que eu não? O pior é que eu tenho que me esforçar muito mais do que ele pra isso –, além de estar sem internet em casa.

Coisas da internet...

Embarcando na onda dos "memes" (não sabe o que é "meme"? Eu também não sabia há um minuto, mas não há nada que, rezando pra São Google, a Santa Wikipédia não responda [ainda não entendeu? Então leia a ótima definição deste site aqui]), vi um no blog da Alinde e resolvi fazer - mas eu sei que não teria saco pra fazer um post por dia religiosamente durante um mês inteiro, como esse meme propõe, primeiro porque não tenho paciência, segundo porque não tenho tempo e, terceiro, porque disciplina é algo que passa bem longe da minha existência. Se não consigo ter disciplina pra coisas importantes, muito menos pra inutilidades como essas. Mas eu queria fazer assim mesmo (sim, a gente somos inúteis), então resolvi que vou fazer tudo numa tacada só, com um post só. Rá.

[Post gigantesco detected]

1 - Sua música favorita.

Cara, complicado. Obviamente eu tenho várias, e elas mudam de acordo com a fase da vida em que estou. No momento posso dizer que tenho ouvido cerca de 7485 vezes a Mon Essentiel, do musical Le Roi Soleil - quem me segue no Twitter ou no Facebook já deve ter enchido o saco de tanto que falo desse musical. Mas eu tô apaixonada pelo Luis XIV e pelo Emmanuel Moire. Quando o Emmanuel Moire interpreta Luis XIV... Tem como evitar?! XD



Eu sei, a imagem tá ruim pra kct, mas o clip é tãããão lindo... (e o Emmanuel Moire é uma coisa... Quero um desse!)

2 - Seu filme preferido

Outra coisa complexa. Um filme que eu sempre revejo porque acho de uma delicadeza e uma poesia ímpares é o Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Sem contar o magnífico uso das cores e a fotografia linda.
Mas eu também não posso deixar de fora os símbolos do universo nerd, que eu também adoro: Star Wars e O Senhor dos Anéis. A criatividade e complexidade do universo de George Lucas e o uso dos efeitos especiais tão bem aplicados são fascinantes, e, quanto a SdA, o Peter Jackson fez simplesmente a melhor adaptação de uma obra de fantasia pras telas de cinema. Os puristas que me desculpem, mas PJ é gênio. Quem discorda que vá assistir a coisas como Percy Jackson e os Olimpianos, The Last Airbender ou, o pior de todos, Eragon. Depois me digam se The Lord of the Rings não é um primor de adaptação.
E, se falarmos em séries, tem ainda Lois & Clark - The New Adventures of Superman, que eu não canso nunca de assistir milhões de vezes (e usar expressões no dia a dia, e falar junto com os atores em algumas cenas - em inglês, mesmo mal falando português)... A ênfase da série no dia a dia dos dois repórteres principais do Planeta Diário, a construção do Clark como um cara inteligente, esperto, à altura da impetuosa Lois - ao contrário do bocó dos filmes, baseado no Clark pré Crise das Infinitas Terras - deu um tom de comédia, aventura e romance perfeito à série.

Né por nada não, mas a Teri Hatcher foi a melhor Lois Lane de todos os tempos!

3 - Seu programa de televisão favorito

Putz... Eu mal vejo TV. Atualmente, quando consigo, assisto aos Pinguins de Madagascar (Yeah, TV Globinho), ou ao CQC.

4 - Seu livro favorito

Não sei o que é mais difícil pra escolher um só, se é música, filme ou livro. Eu tenho uma lista gigantesca de livros que eu não canso de reler, mas preciso admitir que Machado de Assis mora no meu coração, e figura na lista dos grandes nomes que eu gostaria de ter conhecido. De todas as suas obras-primas, Dom Casmurro é a que mais me fascina. A maestria e acidez com que narra um amor desde seus primórdios de amor platônico até o fim amargo, e a suspeita que paira no ar sobre a eterna figura de Capitu são magnéticas. Quem mais poderia cunhar expressões como "olhos de ressaca" e "cigana oblíqua e dissimulada", que servem tão perfeitamente pra definir impressões indefiníveis que certas pessoas nos causam?

5 - Uma citação de alguém

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá de quê!”
(Florbela Espanca)

Nada me define tão exatamente quanto esse trecho de Florbela.

6 - Uma experiência inesquecível

Passei alguns minutos pensando sobre isso. Uma das únicas coisas que me vieram à mente foi minha primeira viagem de avião, porque foi uma sensação bem gostosa me ver em meio às nuvens - literalmente, já que minha cabeça vive por lá. Também pensei num beijo que rolou depois de 7 - SETE - anos de espera. Mas isso a gente deixa pra lá.

7 - Uma foto que te faz feliz

Duas:

Alice, Mau, Rê, Eloá, Alê, Van, pessoinhas que fizeram meu aniversário de 2007 um dos melhores da minha vida.

Ministério de Louvor da Igreja Metodista em Edson Passos, num congresso em Petrópolis. Foto de... Putz, sei lá. 2001, 2002, por aí. Pessoas que fizeram parte da minha vida, que eu amo demais e de quem sinto muita falta. Falta das pessoas em si, de todas as coisas boas que vivemos juntos, de uma época que não volta mais...

8 - Uma foto que te deixa irritado / triste


Vozinha. De quem me despedi hoje. Sem mais a dizer.

9 - Uma foto que você tirou


Uma das minhas fotos - enquanto fotógrafa amadora - preferidas. Tirada em Fribs, na casa da Van e da Alice.

10 - Uma foto de você há mais de dez anos

Pirralha com 13 anos, achando que é gente com esses cambitos finos e quadril desencaixado.

11 - Uma foto sua recente

Eu e Joyce no casamento da minha afilhada Estefani, ontem.

12 - Um conto

FELICIDADE CLANDESTINA
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que
era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Clarice Lispector. In: "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

13 - Um livro de ficção

Gosto muitíssimo de livros de fantasia. Séries como O Senhor dos Anéis, O Ciclo da Herança (Eragon, Eldest, Brising e o quarto que o Christopher Paolini tá demorando uma eternidade pra parir), a série Percy Jackson e os Olimpianos, enfim... Adoro fantasia. Assim como também adoro policial - Agatha Christie é o máximo! Mas, entre tantos, acho que vou ficar com O Incêndio de Tróia, de Marion Zimmer Bradley. Gosto muito do olhar feminino que ela dá a grandes mitos/eventos históricos como a vida de Arthur vista pelos olhos das principais mulheres de sua corte em As Brumas de Avalon, ou, no caso do livro que escolhi, a queda da cidade de Tróia sob a ótica da princesa-profetiza Cassandra.

14 - Um livro não-ficcional

Que eu tenha lido inteiro, acho que fico com Minha Vida, de Isadora Duncan. A intensidade com que ela narra sua vida, suas escolhas muitas vezes chocantes para as mulheres da época, e como ela vivia a dança, mostra porque ela se tornou um marco na História da Dança. Por outro lado, andei lendo uns trechos de O Amor e Luis XIV: As Mulheres na Vida do Rei Sol, de Antonia Fraser, onde ela fala sobre as mulheres que foram importantes na vida do monarca que reinou absoluto na França por 72 anos. Não apenas suas astutas amantes, como Athénaïs de Montespan, mas também sua mãe, Ana da Áustria, entre outras. Além desse, eu também li alguns trechos - e vou comprar logo que puder - de Amantes e Rainhas: O Poder das Mulheres, de Benedetta Craveri, onde ela fala sobre as grandes mulheres que reinaram e influenciaram grandes monarcas franceses, de Diana de Poitiers a Maria Leszczynska (pelo que deu pra ver no Google Books, mas duvido que não fale sobre Maria Antonieta), passando por Catarina de Médicis, Rainha Margot e, a que eu mais quero ler, Maria Mancini - o primeiro e grande amor de Luis XIV (já falei da minha atual fixação nele? :D).

15 - Uma fotomontagem

Lembranças de faculdade...

16 - Uma música que faz você chorar (ou quase)



Tem um motivo. Que também não vem ao caso.

17 - Uma obra de arte (pintura, desenho, escultura, etc)

A estátua de Athena em frente ao parlamento da Áustria sempre me deixa extasiada...

18 - Um poema

Autopsicografia
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Clichê, eu sei. Mas não podia ser outro.

19 - Um talento seu

Putz. Não faço ideia. Escrever, talvez. Facilidade com a língua portuguesa, facilidade em "decorar" regras de Português e talz. Dizem também que sou uma boa ensaiadora (na dança - me apego a detalhes). Ah, sei lá. Quem me conhece que diga.

20 - Um hobby

Ler, ir ao cinema, joguinhos na net, sair com amigos... Coisas assim. Básicas, simples e clichês.

21 - Uma receita

Uma receita portuguesa com nome de "francesinha", que já foi feita por uma brasileira! :D

Francesinha:
4 ovos
8 folhas de alface
1 tomate
1 cebola
12 fatias de pão de forma
8 fatias de queijo

Molho:
1 cebola
1 dente de alho
25g de margarina
2 tomates maduros
1 colher de sopa de polpa de tomate
1 dl de vinho branco
4 dl de caldo de legumes
sal, pimenta e hortelã

PREPARAÇÃO:

Francesinhas:
Primeiro cozinhe os ovos e corte-os em rodelas.
Lave as folhas de alface, disponha-as sobre as fatias de pão. Por cima coloque o queijo e acrescente o tomate, a cebola e os ovos. Enriqueça o seu interior com agriões e espinafres cozidos, rodelas de pepino e cenoura ralada, ou o que mais quiser.
Repita a operação terminando com a fatia de pão. Ficará com 6 francesinhas que deve cobrir com queijo. Leve-as ao forno a uma temperatura de 200 graus. Deixe o queijo derreter.
No final verta o molho por cima das francesinhas. Utilize hortelã para decorar e sirva de imediato.

Molho:
Primeiro faça um refogado com manteiga utilizando cebola e alho picado. Junte o tomate, depois de lhe ter retirado a pele e as sementes, e acrescente a polpa de tomate. Tempere com sal e pimenta, e envolva tudo muito bem. Junte-lhe vinho e deixe cozinhar uns minutinhos, até acrescentar o caldo de legumes. Deixe ferver e verifique se os temperos estão a seu gosto.

22 - Um site

Pô, isso depende muito. Um site pra que? Tenho sites pra quase tudo. Utilitários, redes sociais, sites temáticos... Bom, então vou nos blogs. Dois dos que leio há mais tempo são o do Antonio Tabet, o hoje famoso Kibeloco, e o da Ana Mangeon. O primeiro, um humor escrachado que não perdoa nada, e o segundo de poesias e pensamentos de uma ótima escritora. Ambos valem muito a pena.

23 - Um vídeo do Youtube

Já coloquei dois aqui, mas voilà. São muitos, mas vou puxar a brasa pra minha sardinha e indicar um videodança ótimo.



24 - Seu lugar preferido

Meu quarto. O IFCS. À beira mar. Montanhas. Casa de amigos. Depende de como eu estiver me sentindo (mas tenho uma paixão inexplicável por Petrópolis).

25 - O que você espera, os sonhos e planos para os próximos 365 dias

Paz. Saúde na família. Um mestrado. Uma bolsa (de estudos, óbvio). Um cara que valha a pena investir. Grana, viagens, encontro entre amigos e talz. Coisas básicas. :)

C'est ça. Post enorme, que duvido que alguém tenha paciência pra ler, mas eu me distraí fazendo. Omiti 6 itens porque acho que não caberiam, mas o resto tá aí.

Mundo Ideal


Meio óbvio, não?

Já falei aqui do meu mundo ideal?

Então. No MEU mundo ideal, as coisas funcionariam 24h, todos os dias da semana. TODAS as coisas. Banco, supermercado, posto de gasolina, padaria, papelaria. Porque, né, gente-vampiro como eu (e, não, eu não viro purpurina ao sol, como o guri lá do Crepúsculo, eu viro cinza mesmo, como os vampiros heteros) não suportam sair durante o dia - especialmente um dia no Rio de Janeiro. Porque alá, estamos em pleno inverno e pela janela eu vislumbro um sol cegante e sinto na pele cada um dos cerca de 40°C que tá fazendo sem precisar sair de casa. Mas sou obrigada a sair assim mesmo, porque as coisas têm hora certa pra funcionar - e é a mesma hora pra todo mundo! Alguém mais vê a idiotice disso? Vai todo mundo ao mesmo tempo pro trabalho: engarrafamento. Volta todo mundo ao mesmo tempo pra casa: engarrafamento. Cazzo, depois reclamam! Coloca tudo pra funcionar o tempo todo, com equipes em turnos, que o país só tem a ganhar, ó: O horário de rush é diluído; você não precisa sair do trabalho correndo pra ir ao banco, ou fazer compras, ou passar na farmácia, ou comprar uma caneta; você teria o que fazer nas noites de insônia, ainda que seja lamber vitrine, ir ao cinema (magina, cinema às 3h da manhã, que delícia!); a economia ia ficar tão aquecida que pegaria fogo; o desemprego diminuiria drasticamente, quiçá seria eliminado; consequentemente, é provável que a criminalidade também caísse, porque os pivetes teriam o que fazer ao invés de ficar enfiados em bocas de fumo. Por que ninguém pensa nisso?? Eu voto num candidato que tenha essa plataforma de governo!

No meu mundo ideal, os relacionamentos seriam bem objetivos: Quer? Quer. Não quer?


Mas não. Tem gente que adora fazer um joguinho. Fazer cena. Encher o outro de esperança só pra massagear o ego - e não interessa se o outro mencionado REALMENTE tá apaixonado. O ego é mais importante. No meu mundo ideal, quem fizesse isso levaria umas 500 chibatadas e um banho de sal a seguir, pra deixar de ser besta (não, neste momento eu não estou passando por uma situação assim; mas atire a primeira pedra quem nunca passou).

No meu mundo ideal, os candidatos teriam que fazer algo ANTES de serem eleitos. Quer dizer, você tem tanto do orçamento disponível, e tem a vida toda controlada (telefone, conta bancária, etc, pra não sumir com o dinheiro, óbvio). Quem souber administrar melhor essa grana ganha - e aí fica no poder, sei lá, quatro anos. Se não corresponder à expectativa que criou, fica inelegível ad infinitum. Se corresponder, pode se reeleger quantas vezes o povo quiser, é só passar pelo mesmo processo junto com os outros. E ter MUITA criatividade, claro.

No meu mundo ideal, bandidos seriam deportados pra uma ilha perdida no meio do Pacífico, e largados lá. SE conseguissem alcançar o continente A NADO, aí teriam algum atenuante de pena. E só assim.

No meu mundo ideal, os únicos pelos do corpo humano que existiriam seriam os cabelos - e não existiriam carecas. Pra que tanto pelo? A gente já usa roupas pra se proteger do frio (frio? No Rio de Janeiro? QUE FRIO???), vamos evoluir, né, humanidade?! Chega de pelo.

No meu mundo ideal as mulheres só poderiam ter, no máximo, três filhos. E depois disso o corpo se auto-infertilizaria automaticamente. PRA QUE tanta criança no mundo, minha gente?! O mundo já tá populoso demais, né?!

Bom, essas são só algumas ideias pra melhorar nosso mundinho que, de ideal, não tem nada. Agora não posso continuar, porque, como não vivo no meu mundo ideal, preciso encarar o inferno que tá fazendo lá fora. Ah, só pra finalizar: NO MEU mundo ideal, toda a parte habitável do planeta teria temperaturas aprazíveis, oscilando apenas entre 10°C e 25°. Isso melhoraria bastante meu mau humor...

* Os posts tendem a rarear graças a monografias sem fim, projetos e concursos de Mestrado, além de outros problemas que tô com preguiça de listar. Sim, a preguiça não seria pecado no meu mundo ideal.

Sexy a metro?


A vaidade sempre esteve em voga nas sociedades de todos os tempos. Na Grécia Antiga, ter um belo corpo era sinal de ser um bom cidadão. Para os romanos, mens sana in corpore sano. Salomão, o mais sábio rei judeu, (teoricamente) teria dito "vaidade, tudo é vaidade". E ela então, com o passar do tempo, virou um pecado capital.

O problema é que no mundo midiático de hoje, aparência começa a ser tudo. Mulheres morrem nas mesas de cirurgia fazendo lipoaspiração de gorduras muitas vezes quase inexistentes. As academias vivem lotadas de pessoas em busca do corpo "perfeito". Cosmética, estética, são ramos cada vez mais em expansão. Normal, acho. A partir do momento que você vive num mundo tão "exposto", é razoavelmente presumível que se preocupe com como vai aparecer. Só que o povo às vezes perde a linha.

O conceito de metrosexual por exemplo, pra mim, é bizarro além da compreensão. Mas, antes que eu explique porque não gosto disso, cabe esclarecer algumas coisas.

Primeiro: Eu não gosto de ogro. Homem das cavernas. Não gosto do tipo que anda com barba por fazer, camiseta suja, bermuda rasgada e unha encardida e acha que cuspir no chão e coçar o saco em público é sinal de masculinidade. Óbvio que higiene e certa dose de vaidade são recomendadas. Acho bonito homens com unha bem feita (embora eu ache um porre fazer as minhas) - a base é até dispensável, acho. Mas não me incomoda, se usada. Não me incomodaria nem com, guardadas as devidas proporções, homem que tem costume de se depilar - eu não gosto de pelos. A barba, em especial, me incomoda horrores por eu ter uma pele muito sensível e ficar toda arranhada depois de "certos" beijos. Peito lisinho, rosto lisinho, eu fico feliz até esse ponto. O cara saber se vestir discreta e elegantemente também faz minha cabeça.

Agora, ó; se o camarada começa com frescura demais, com enfeitação demais, já perde a moral comigo. Não entra na minha cabeça esse pessoalzinho que perde horas se olhando no espelho. Narciso não é meu personagem preferido na Mitologia Grega, fica a dica.

Daí, minha amiga, realiza a cena: Você em casa, dando os toques finais pr'aquele encontro especial - ou pra alguma festa, que seja -, preocupada com o horário porque está super atrasada (como o salão fica cheio nas sextas!), e não vai demorar muito aquele gato com quem você tá saindo vai tocar o interfone, provavelmente bufando. Afinal, homem se arrumar é fácil, né? Toma um banho, faz a barba, coloca uma camisa, uma calça e um sapato e tá pronto. E você lá, com uma dúvida terrível, quase a ponto de chorar, sem saber se vai com o scarpin preto ou com a sandália roxa.

O telefone toca. Estranho. Se fosse o gato, ele tocaria o interfone. Não?

- Alô.
- Oi, linda.
- Ah, oi! Pois é, desculpa, eu tô um pouco atrasada, mas é que...
- Nada, relaxa. Eu tô ligando justamente pra avisar que vou me atrasar mais uma meia hora, porque minha manicure não tinha a cor de esmalte que eu queria, e isso acabou me enrolando aqui... E, pô, é aquilo, não é qualquer tom que combina com a minha camisa beterraba, né?

Para tudo.

Quer dizer... Eu sou mulher, e pra mim beterraba é coisa de comer. Como assim o esmalte não combina com a camisa, cara-pálida?!

O diálogo pode parecer surreal, mas juro que não acho impossível de acontecer com gente tipo Cristiano Ronaldo, que combina o esmalte com a sunga. E eu acho que estamos vivendo uma epidemia de homem assim.

Eu sei que não sou exatamente um exemplo de mulher fashion. Não ligo pra moda. Se for preciso, me arrumo em quinze minutos, tenho horror a salão de beleza (vou eventualmente cortar meu cabelo e olhe lá), e uma preguiça de mais ou menos infinito + 5 pra fazer as unhas. Só penteio o cabelo quando lavo (mais pra espalhar o creme sem enxágue do que por qualquer outro motivo), e meu uniforme de dia a dia é tênis, jeans e camiseta. Não sei diferenciar uma grife da outra (aliás, em geral eu nem presto atenção a isso), e coisas como bordeaux, salmão e beterraba são, pra mim, vinho, peixe e legume, respectivamente. Mas tenho minhas vaidades pontuais e, ainda que não pareça pela lista acima, sei me cuidar. Gosto que homem saiba se cuidar também, e tenha uma vaidade ou outra. Agora não dá é pra aguentar o cara querer competir comigo horário de depilação e esconder meu rímel na gaveta de cuecas dele, né?!

Problema de cabeça


O assunto do momento, claro, é o caso do ex-goleiro do Flamengo, Bruno, suspeito de sequestrar e assassinar a ex-amante e mãe de um suposto filho seu.

Tirando os orgasmos múltiplos que a torcida arco-íris (ou seja, anti-flamenguistas) andam tendo com essa história, achando que encontraram a prova definitiva pra sua falácia de que Flamengo é time de bandido - como se jogadores não fossem a coisa mais volátil do futebol, hoje estão aqui, amanhã estão ali -, eu acho que tem muito mais no que pensar sobre essa história do que a barbaridade com que o caso foi relatado pelo tal menor. Até porque, vamos combinar, a humanidade nunca primou pelo respeito à vida; basta dar uma olhadinha nos métodos de tortura medievais que o tal "Neném", que supostamente matou e esquartejou a moça servindo-a de jantar pros seus bichinhos de estimação, vira quase um santo. Ela pelo menos foi dada aos cães já morta; lá em Roma os caras eram dados aos leões vivos mesmo. E o povo achava graça.

Mas enfim, não é sobre o sadismo inato do ser humano que eu ando pensando; é na nossa cultura podre, imbecilmente burra e machista. É ela que tem causado situações como essa.

Pra começo de conversa, homem é criado pra pensar com a cabeça de baixo. E por isso se mete em tanta enrascada. Pode ver, a maioria emagadora de merdas que acontecem são causadas por homens. Por que? Porque pensou com a cabeça de baixo, obviamente.

Queridos machos da espécie; conformem-se. Vocês mal conseguem administrar uma mulher por vez, vão tentar se meter com mais de uma PRA QUE? Porque a cabeça de baixo manda, não é? Aí vocês ignoram totalmente que a que foi feita pra pensar foi a de cima, e vão fazer besteira, felizes e contentes. Sim, porque aquele velho argumento de "instinto" já caiu por terra cientificamente. A menos que você tenha o cérebro de um cachorro ou algo semelhante, teoricamente o cérebro humano é evoluído o suficiente pra não dar vazão a seus instintos. Ou você ataca um vendedor de cerveja quando tá com sede? Se não, sinto muito, mas a desculpa do instinto já não cola mais.

Se você é um homem trabalhador, dos que não ganham mais de duzentos mil pra brincar de bola, provavelmente te disseram que "ser o garanhão", ser o macho alfa, o homem com H maiúsculo é ter sua esposa e dar umas puladas de cerca eventuais. Só pra desestressar, sabe como é. Sua querida esposa nunca vai desconfiar, afinal, as mulheres não pensam nisso. Pois ó, dica: esquece. As mulheres SEMPRE SABEM quando isso acontece. As que não sabem é porque fazem questão disso. Se você deu a "sorte" de encontrar uma assim e tá pouco se lixando pra felicidade dela, vai na fé. Seja egoísta. É, egoísta mesmo. Não, NÃO EXISTE essa onda de que vocês têm mais necessidades sexuais do que as mulheres (a menos que se enquadrem na categoria dos cérebro-de-cachorro mencionado mais acima). Queridos, entendam; vocês não são espertos o suficiente pra esconder. Vocês não sabem mentir. Aí sua esposa encontra a prova cabal da merda que você fez, só pra "desestressar", e olha a dor de cabeça. Tá estressado? Vai pescar. Economiza uma grana com peixe e não arruma mais problema. Ou então se muda pra Arábia Saudita e casa com mais de uma.

A coisa complica quando se trata dos deslumbrados que ganham cifras acima de seis dígitos. Porque, esses sim, só pensam com a cabeça de baixo MESMO. Usam a de cima pra cabecear a bola se for jogador de linha; no caso do Bruno, nem pra isso, como se vê. Esses acham que estão abafando em suas orgias com várias mulheres ao mesmo tempo. Olha, a equação é simples, mas vou tentar desenhar; vocês têm, em média, dez por cento do cérebro de uma mulher. Se juntar três, meu filho, você tá MUITO em desvantagem. Essas das "festinhas particulares", em especial, sabem ser muito mais espertas do que vocês jamais serão, porque conseguem seu dinheiro enquanto vocês, otários, trabalham (se é que jogar bola pode ser considerado trabalho, mas pulemos essa discussão filosófica). Depois não adianta chorar ao ter que pagar pensões até ir à falência, como o Romário, pagar mico público com travestis como o Ronaldo, ou até tentar resolver a coisa de uma forma mais "definitiva", como o Bruno. Optem pelas relações curtas, mas monogâmicas - e sempre com preservativos, obviamente. Ou façam vasectomia. Sério, vocês vão ser bem mais felizes e usufruir melhor seus milhões.

Se um dia eu tiver um filho, definitivamente o maior ensinamento que posso dar a ele é: Pense SEMPRE com a cabeça de cima. Você vai se dar bem, acredite.

O provincianismo blogueiro ainda sobrevive

Eu não posso me considerar uma dinossauro em matéria de computador e internet; comecei a dar meus primeiros passos em 2000, e conheço gente que já tá no batente há muito mais tempo (ok, nem tanto assim, porque a internet ainda era meio que novidade naquele tempo). Mas assim que me pluguei à WWW, comecei a adentrar tudo que havia de interessante no meio - ou pelo menos tudo que parecia interessante a mim. Descobri o que eram e para que serviam os fóruns, as listas de discussão, e, supra-sumo da novidade, os blogs.

Sim, meus caros, lá pros idos da virada do milênio, a grande sensação eram os blogs.

Numa época em que Antonio Tabet ainda era um ilustre desconhecido com seu Kibeloco, Clarah Averbuck era uma gaúcha batendo a cabeça sem dinheiro em SP e contando suas desventuras no brazileira!preta - e apenas sonhando em escrever livros, enfim, numa época em que o Blogger se resumia a praticamente uma caixa de texto, onde você tinha que inserir tudo manualmente, de imagens e comentários a layout, tudo à base de html, o mundo dos blogueiros parecia uma cidade pequena. Não havia redes sociais (o Orkut só surgiu quatro anos depois), e a divulgação era muito feita através de boca a boca, através de comentários que muitas vezes viravam verdadeiros chats. Você tinha que ver pra ser visto, visitar pra ser visitado. E na maioria das vezes isso não era feito com essa intenção; você simplesmente gostava do comentário de alguém, ia visitar o blog do cara, e o favoritava.

Eu sou dessa época. De uma época em que o marketing pessoal era feito através da disseminação de ideias e baseado na curiosidade alheia.

Hoje em dia as coisas estão um pouco (muito) diferentes. O mundo dos blogs se transformou numa pauliceia desvairada, uma espécie de Las Vegas da World Web, com anúncios em neon e recados em blogs famosos e/ou com uma grande quantidade de visitantes e comentários pedindo, quase implorando "visita meu blog?", "deixa um comentário!". Os anúncios nas redes sociais viraram quase spam. No Twitter você vê perfis dedicados a este ou aquele blog, twittando e retwittando milhares de vezes o anúncio de um novo post. MSN, Orkut, Facebook - tudo é usado como lugar de propaganda na busca do sucesso e de seus quinze minutos de fama (retratados, pelo que percebi, na quantidade de comentários por post).

Não critico quem faz esse tipo de marketing massivo (embora alguns realmente já estejam começando a se assemelhar DEMAIS com spam e, com isso, me deixando irritada). Parece uma saída inteligente diante da enorme quantidade de informação a que estamos submetidos hoje em dia com redes sociais e ferramentas como o Google Reader. Eu só não consigo usar. Relutei algum tempo antes de colocar novamente, depois de muitos anos, o endereço do meu blog em meus perfis públicos. Relutei mais ainda a usar uma ferramenta do Facebook que anuncia na timeline dos meus amigos quando há um post novo. E ainda não me convenci a fazer o anúncio de novos posts via Twitter e Orkut. Pra mim, isso ainda se parece muito com propaganda não solicitada - leia-se spam.

O mundo da internet e dos blogs está gigantesco demais. As cidades pequenas de outrora, com suas panelinhas e seus nomes importantes, de repente ganharam ares de grande metrópole, com imigrantes de todos os lados, de todas as idades, todos achando que têm muita coisa a dizer e querendo - mais do que isso, aparentemente PRECISANDO - ser ouvidos (ou lidos, no caso). Não os culpo, não os critico; eles estão de acordo com o mundo virtual de hoje. Eu que não me adapto. Na verdade, embora eu procure sempre estar a par das novidades desse mundo que não para, acho que ainda sou muito provinciana pra certas coisas.