Das verdades inalienáveis

Algo que sempre me incomodou foi o pensamento de que as igrejas fazem "lavagem cerebral" em seus membros. Okei, vamos lá, eu sei que pipocam igrejas de fundo de quintal que pretendem apenas tirar o dinheiro dos incautos - mas sei também que ninguém te obriga a fazer nada que você não queira. Até pra ser hipnotizado é preciso uma certa propensão. Não é todo mundo que consegue. A questão é a seguinte: Pra mim, só sofre lavagem cerebral quem quer, ou quem já tem uma certa inclinação pra paixões cegas.

E aí nós temos os fanáticos, donos da verdade absoluta, que não admitem ser questionados. Comecei o texto falando das igrejas, mas isso não é privilégio religioso. Você ama tanto o Flamengo que é quase uma religião pra você? Sabe a escalação na ponta da língua e chora quando ele perde? Você é um fanático. Você já assistiu a Star Wars 179 vezes, sabe o nome de cada personagem, planeta de origem, história de vida e como morre (ou não)? Você é fanático. Você já leu todas as obras de Tolkien, sabe, inclusive, falar Sindarin ou Quenia? Você também é fanático. Você sabe exatamente como mover sua varinha e quais palavras recitar pra fazer um feitiço pra abrir uma porta trancada? É, meu amigo, você não escapa: fanático. Todo mundo tem seus fanatismos, em maior ou menor grau; a diferença é como você lida com eles diante de quem tem opinião contrária a sua, ou nem liga pro seu objeto de paixão. Hoje aconteceu uma situação no Twitter que me levou a pensar a respeito. Uma amiga, brasileira, casada com um americano e com dupla cidadania, simplesmente se irritou pela minha torcida a favor de Gana no jogo pela Copa do Mundo, e começou a ofender O BRASIL (oi????) por causa disso, culminando com um "Fuck you, USA haters!" quando saiu o gol americano. Ela não citou meu nome em lugar algum, e por isso eu não comecei uma briga infinita (e também porque eu ando no ritmo do Jairinho, do Chaves: "quero evitar a fadiga"), mas, quer dizer, faz sentido ofender seu próprio país e uma amiga por causa de um jogo de futebol?! Eu tenho minha posição ideológica com relação aos EUA, nunca escondi isso dela nem de ninguém. Respeito quem pensa diferente; com certeza tem seus motivos, assim como eu tenho os meus. E respeito também o direito que cada americano nato ou naturalizado, ou simplesmente alguém que seja apaixonado pelo país, tem de expressar esse amor. Acho bonito. Mas eu não acho bonito que se irritem quando EU expresso minha opinião, e tentem me convencer do contrário. Um americano falar mal do meu país, tá, eu até entendo. Vamos ficar numa discussão eterna, porque eu também tenho munição pra detonar o país dele, mas é cada um na sua. Ele, feliz lá, eu, feliz aqui. Mas daí a uma brasileira fazer isso em prol do país alheio - mesmo sendo o país do amor da vida dela e da filha, ainda assim, era necessário? E tudo por causa de um esporte que nem é tão famoso assim por lá?? É difícil de entender. E pior é ainda se sentir ofendida. Quer dizer, eu recebo um "fuck you" indireto e ela se sente ofendida. Então tá.

Pra mim o assunto morreu pouco depois do apito final do juiz. Não bati boca, comemorei, sem provocações desnecessárias, uma brincadeira aqui e ali como fiz com a desclassificação da França e Itália, e só. Continuo considerando-a minha amiga como antes, continuo gostando dela como sempre gostei. Acho a filhinha dela (americana) linda, assim como fico feliz por saber que ela está feliz vivendo lá. Mas, oi? Não, eu não amo os EUA, não, eu não acho que lá é o paraíso na Terra, aliás, não tenho um pingo de vontade de conhecer o lugar. Tenho medo da lavagem cerebral que eles fazem, te convencendo que o "American Way Life" é o modelo ideal de vida pro mundo todo. Tenho medo da liberdade mentirosa que eles vendem, e que só serve para os próprios americanos - você pode usufruir dela desde que siga a nossa cartilha. Eu sempre tenho muito medo daquilo que tenta limitar minha liberdade de pensar e expressar minha opinião, em prol de uma verdade absoluta. Embora atribuam essa frase a Voltaire, e não seja, ela resume bem os princípios apregoados pelo filósofo, além de se encaixar como uma luva com o que eu penso e tenho tentado (a muito custo, é verdade) viver: "Não concordo com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo". Tenho amigos e conhecidos que estão torcendo contra o Brasil, na Copa. É um direito deles. Até porque, torcida não muda um milímetro o resultado, e não vou me indispor com eles por causa disso. Sou Flamenguista, razoavelmente apaixonada pelo meu time, mas já namorei um vascaíno - e nunca brigamos por causa de futebol. Sou evangélica, mas tenho amigos que são católicos, evangélicos tipo "rato de igreja", espíritas, umbandistas, agnósticos, ateus, e não me indisponho com nenhum deles por terem verdades diferentes das minhas. Até converso, quando o assunto surge, argumento, mas sempre mantendo a ideia que: você pensa de um jeito, eu penso de outro.

Pense bem sobre suas verdades absolutas, e até que ponto você tenta convencer os outros delas. Elas são absolutas pra você; podem não ser (e provavelmente não são mesmo) para o resto do mundo.

Foi gol de quem?

Daí que já tava demorando pra eu falar de Copa do Mundo.


E eu acho que hoje é um bom dia pra isso, já que eu sou capaz de enfiar a cabeça daquele juiz francês safado e ladrão na parede ao ritmo do REBOLEICHÃO-CHÃO, se ele me cruzar pela frente. E fazer o mesmo com os cavalos da Bosta do Marfim, se houver tempo. Disposição não me falta, depois da inépcia do mentecapto que apitava o jogo, e do monte de trava de chuteira que aqueles elefantes mostraram pra seleção canarinho. Como li no Twitter, os elefantes saíram com a tromba entre as pernas e o marfim enfiado no...

Bom, mas não era exatamente sobre isso que eu pretendia falar. É só um dos poucos meios virtuais onde eu ainda não havia destilado minha revolta (Facebook, Orkut e Twitter já foram. Inclusive meu avatar nesses sites é a bandeira de Portugal, porque eu estou na campanha pro Brasil entregar o jogo pros lusos e mandar a Bosta do Marfim de volta pra casa, já que eles já estão ali por perto mesmo).

Mas voltando a (ou melhor, iniciando) o assunto, já deveria ter passado a época em que se dizia que futebol é um esporte essencialmente masculino. A Alinde, inclusive, escreveu um bom texto sobre isso há pouco tempo. Hoje em dia a maioria das mulheres tem acertado mais os bolões do que os homens. Já sabemos quem é aquele cara de camisa destoante que fica pra lá e pra cá no meio dos jogadores.

Eu sou um árbitro francês babaca!

Sabemos também para que serve o gol (aliás, acho que sabemos melhor do que a maioria das seleções que estão presentes nessa Copa do Mundo, diga-se). Algumas mais abusadas (oi?) sabem até, vejam vocês, o que é tiro de meta e onde fica a intermediária! Algumas (oi?) podem se dar ao luxo de discutir se foi falta pra cartão e se o cara estava impedido ou não. Algumas sabem que o Dunga foi uma toupeira por não tirar o Kaká de campo hoje depois que ele tomou o primeiro amarelo, mas isso não vem ao caso.

Acho que os homens andam meio desconfortáveis com esse cada vez maior domínio feminino no esporte bretão (país de origem que, pelo que tem demonstrado nesta Copa, esqueceu como faz). Eu acho bobagem. Por exemplo, não concordo que o Dunga deveria ter convocado Ganso, ou Pato, ou qualquer ave do tipo; a Marta é que ia dar show naquele tédio que tem sido embalado pelo som das vuvuzelas. Sentem-se incomodados só porque o "sexo frágil" tem invadido a grande área e entrado com bola e tudo? Nah.

O fato é que já caiu num clichê muito do errado isso de que futebol é esporte pra macho. Recentemente ouvi, de um exemplar da espécie, que num jogo nós temos "quatro flanelinhas". Além de rir com o aumento da escalação e da mudança de função dos nossos queridos (ou não) bandeirinhas, devo dizer que simplesmente adorei a gafe esportiva. Adoro quando homem não entende PN de futebol; porque, em geral, quando entende, é fanático. Eu entendo (bastante, modéstia à parte), mas não vou deixar de sair com meu namorado / noivo / marido pra poder ver a final de um campeonato, ainda que seja meu time disputando o título (a exceção é a final da Copa se o Brasil estiver lá, mas aí também, né?!). Depois eu vejo o resultado. A pessoa que tá do meu lado é mais importante que 20 marmanjos correndo atrás de uma bola, tentando acertá-la numa rede enquanto outros 2 têm por função não deixar. A lógica masculina tende a não ser por aí, infelizmente. Por isso tantas mulheres outrora raivosas com o esporte. Mas, espertas que somos, já entendemos; se não pode com eles, junte-se a eles.

Bem, o caso é que a mulherada gosta, sim, de futebol. Hoje eu já ofendi aquele francês safado dizendo que ele deveria voltar pra França com a merda da sua seleção (meus amores franceses, Louis XIV e Emmanuel Moire, que me desculpem), já desejei que a Bosta do Marfim levasse porrada da Coreia a ponto de uns três ou quatro saírem contundidos e, eu que não sou muito de falar palavrão, escrevi em alto e bom som pra todos os meus seguidores lerem, que desejo que eles vão pra PQP. Futebol é isso aí. É vibrar, é gritar gol, é xingar juiz safado e ladrão (como esse francês de hoje), é torcer contra a própria seleção desde que ferre esses africanos cavalos da Bosta do Marfim (PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL! \o/\o/\o/)... Mas, no fim das contas, ainda que você seja uma mulher que não entende nada além das cores da camisa da seleção brasileira (e faz confusão quando ela joga com a azul), provavelmente também tá curtindo a Copa. Porque, vamos combinar, com essa nova moda de camisa justinha ao corpo somada às coxas dos jogadores, vale ou não vale a pena assistir aos jogos? Até porque, pra maioria de nós, quando olha pro lado o que vê é bem diferente... Então aproveita pra olhar, já que olhar não arranca pedaço, e, pela lógica masculina predominante, nem constitui traição. ;)


P.s.: Se você é um exemplar da espécie e se sente ofendido pelas mulheres assistirem aos jogos pra admirar o físico dos jogadores, deixe de ser hipócrita. Ou você acha que somos idiotas de acreditar que vocês homens gostam ou sequer prestam atenção a um jogo de vôlei ou tênis feminino?!

O mundo tá muito mudado...


Professora amarra e amordaça aluno de 5 anos em Brasília

Uma professora do Distrito Federal é suspeita de ter amarrado e amordaçado uma criança de cinco anos com fita adesiva em uma escola de Brasília nesta quarta-feira (16). O menino estuda na primeira série de uma escola pública da cidade. A professora foi afastada do trabalho.
Fonte: G1

Eu tenho a ligeira sensação de que, ao invés de estarmos criando crianças pra se tornarem adultos mais preparados e humanos, estamos, na verdade, criando monstros em potencial.

Em primeiro lugar, eu não acho certo o que essa professora fez. Não defendo pais que espancam os filhos. Mas com todas essas leis que pretendem pseudoproteger crianças e adolescentes, hoje em dia se você gritar com um menor de 18 anos é capaz de ir preso. Enquanto isso, pirralhos de 13, 14 anos acham que são gente e ameaçam professores, riscam seus carros e vandalizam escolas.

Não sei vocês, mas tenho a impressão que essas leis não estão funcionando.

Todos que conheço da minha geração já tomaram surras homéricas dos pais quando crianças. A maioria delas bem merecidas. E ninguém virou marginal ou ficou eternamente traumatizado por causa disso. Pelo contrário, a maioria se lembra em meio a risadas, contando como eram encapetados e o trabalho que deram aos pais. Uns poucos reclamam do exagero de rigor nessas surras, mas nem por isso se transformaram em indivíduos perigosos à sociedade. Muito pelo contrário. São pessoas de bem, trabalhadoras, que ajudam ao próximo, muitos deles já com filhos. Um pouquinho antes, na geração anterior, os professores educavam seus pupilos na base da palmatória. Não faz muito tempo não; tenho uma vizinha, senhora já idosa, com seus 94 anos, que foi professora a vida inteira e educou muita gente nesse ritmo. E, no entanto, não há um único aluno que, ao vê-la no portão, não pare pra lhe dar um abraço.

Masoquistas?

A questão é a seguinte; castigos corporais sempre fizeram parte da vida do ser humano - os espartanos que o digam. Antes de me crucificarem, pensem; quantas vezes você apanhou quando era criança? Ou por ter dado uma resposta atravessada, ou por ter desobedecido... Mas você aprendeu a ter limites. Aprendeu que existem regras. Aprendeu que o mundo não gira ao redor do seu umbigo, noção natural dessas miniaturas de gente. Foi agradável? Óbvio que não. Doeu. Magoou. Provavelmente você ficou triste e chateado com seu pai ou sua mãe durante algum tempo. Mas passou - embora a lição tenha ficado.

Aí me vem essas leis neuróticas tratando criança como se fosse de cristal. Você não pode tocar nela sob pena de transformá-la em adultos traumatizados, rancorosos e perigosos. Ah, faça-me o favor! Joga fora 90% da humanidade então, porque não presta. E até que ponto isso tem funcionado? Até que ponto nossas crianças de hoje são mais bem educadas, respeitadoras e felizes? Criam esses pirralhos como se fossem os reis do mundo e depois, quando se deparam com o mundo de verdade, não sabem como lidar com frustrações. Porque, ao invés de criar leis pra enfiar as crianças numa redoma de proteção fictícia, não estabelecem um controle de natalidade? Sim, porque as pessoas que têm menos condições e estão menos preparadas são justamente as que têm mais filhos. E consequentemente as que jogam a educação pra cima dos professores e superlotam as escolas com seus rebentos catarrentos.

A mãe desse garoto de Brasília diz, na reportagem, que "ela [a professora] não tem nenhum preparo para cuidar de criança." A reportagem informa também que a professora se aposenta no fim do ano. Agora pensemos. Alguém que trabalhou a vida inteira educando não tem preparo? Ou será que essa criatura que despejou esse ser no mundo é que não tem preparo pra ser mãe, e não soube educar sua "crionça"? Ah, sim, muito fácil (e delicioso) fazer filho, muito fácil (e nem tão delicioso assim, imagino) botar filho no mundo, mas educar que é bom larga na mão dos outros, né? A professora que se vire pra dar limites a uma turma com 20, 30, às vezes mais pestes. Não há ser humano que aguente. E, quando uma perde a cabeça, é condenada pelo país e pela mídia.

Mais uma vez: Não estou defendendo a atitude da professora. Estou questionando a postura dos pais e a intervenção do Estado com esse monte de lei surreal com relação às crianças. E agora essa lei estúpida das cadeirinhas nos carros? Novamente: Quem tem filho pequeno E carro, na minha opinião, deve, sim, ter esse tipo de segurança para seus filhos. Óbvio. Mas vamos supor que você tem filho mas não tem carro, e aceita uma carona. Se for pego na fiscalização, o dono do carro se ferra e, de quebra, você perde a carona. Inteligente, não? Vai de ônibus. É suuuuuuuuuuuper mais seguro. Além do mais, a cadeirinha é diferente pra cada fase, viu? Preparem os bolsos. Como diria a grande educadora das crianças da minha geração, Xuxa Meneghel, "aham, Cláudia, senta lá".

Na minha época criança ia no banco traseiro, ajoelhada, dando língua pros motoristas que vinham atrás. E todos eram felizes com isso.

Ok, os tempos mudaram, há mais carros, mais acidentes, yadda, yadda, yadda. Não sou alienada e sei disso. O problema para o qual quero chamar atenção é quando o estado resolve intervir com força coercitiva numa situação onde deveria agir de forma educativa. Sim, porque a questão aqui é bom senso. Assim como no caso nos castigos corporais.

O negócio é o seguinte: É melhor me prender logo, porque os meus filhos (quando e se os tiver) pretendo que sejam educados com muita conversa, mas se necessário vão apanhar sim, vão levar chinelada se me responder torto, vão tomar uns tapas se forem malcriados comigo (ou com quem quer que seja), mas também vão receber um mundo de carinho, afago e incentivo. Porque é assim que o mundo é; você leva porrada, mas também encontra carinho e conforto com as pessoas que ama. E tenho certeza que não vão se transformar em monstros ou criaturas traumatizadas por causa das surras - eu e, sei lá, 90% da minha geração não nos transformamos - e, além do mais, provavelmente os professores vão me agradecer por cumprir meu papel de mãe e por não precisar amordaçar meu pestinha. Eu levei minhas surras quando criança e, o máximo que aconteceu, foi minha mãe ser chamada na diretoria porque eu bati num coleguinha que tava me apurrinhando na segunda série. Coisa de criança, que se estapeia e pouco depois já tá brincando junto de novo. Mas sempre respeitei os mais velhos.

*É possível e muito provável que várias opiniões que dei aqui mudem quando (e se) eu tiver meus rebentos. Talvez mudem amanhã, ou daqui a meia hora. Mas é isso que eu acho neste momento.

Vai que é tua, Twitter!!!!

No dia 10 de junho de 2010 teve início a Copa do Mundo na África do Sul, a primeira Copa da História no continente africano. São 32 seleções representando países dos cinco continentes, entre elas o Brasil, em busca do hexa campeonato, feito inédito até agora. Mas, aparentemente, não era isso que chamava a atenção de milhões de brasileiros.

Ééééééé do Brasil!!!!!

Logo na festa de abertura, Galvão Bueno, narrador esportivo da Rede Globo, despertou a fúria de centenas de usuários do Twitter que começaram a postar compulsivamente a tag "Cala Boca Galvão". Mas quem twittou sua revolta durante a cerimônia de abertura da Copa não imaginava a extensão que a coisa tomaria. Após alcançar o Trending Topic (rank que elenca as palavras mais usadas no microblog em nível nacional e mundial), usuários de outras nacionalidades e que não entendiam Português começaram a se perguntar "Who is Cala Boca Galvao?". Aí a brincadeira perdeu o controle.

Cala Boca Galvão!

Várias histórias correram. Paulo Coelho, por exemplo, postou em sua conta que "CALA BOCA GALVAO (SILENTIUM GALVANUS); homeopathic drug for apoplexy during soccer matches. No prescription required.", entre outras piadas do gênero. Segundo a versão mais popular, "cala boca" significaria "save", e Galvão, um pássaro em vias de ser extinto, já que suas penas seriam muito usadas durante o carnaval para compor fantasias. Uma outra versão aumenta a história; diz que "Cala Boca Galvão" é o nome do novo single da cantora Lady Gaga, em ritmo latino, em prol da campanha de preservação da espécie "Galvão" (com letra já publicada!) - inclusive com um site americano especulando a respeito. Um vídeo foi feito em prol da campanha, e o Galvao Institute ganhou um Twitter próprio.

Manifestação de apoio à campanha

A brincadeira causou tanto furor que sites como o do jornal espanhol El País e o blog do americano The New York Times tiveram que se pronunciar a respeito, esclarecendo que tudo não passou de uma brincadeira.

Resultado? A expressão figura no topo dos Trending Topics mundiais há quatro dias. E, com o jogo do Brasil mais tarde, tudo leva a crer que mais um boom pode ser esperado. Entre protestos de "Se o Brasil se unisse assim pra algo sério as coisas estariam melhores" e manifestações de orgulho como "A maior piada interna da História; um país inteiro rindo e o mundo sem entender nada", com alguns inclusive solicitando a entrada no Guiness Book, o fenômeno não mostra sinais de diminuir sua popularidade em terras Tupiniquins. E, se depender das histórias inventadas pelos usuários brasileiros, ele ainda vai render muitos comentários.

* A autora deste blog só tem uma opinião a manifestar: Eu já ri muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito com isso!! :D

Cuidado com o que pede...


Típico do ser humano é reclamar do que não tem. Quem tem cabelo liso queria tê-lo enrolado e vice-versa. Quem é alta queria ser mais baixa pra poder usar salto, quem é baixa queria ser alta pra jogar vôlei. Quem tem um (a) namorado (a) carinhoso (a) e dedicado (a) queria que ele (a) fosse mais independente. Enfim, a grama do vizinho sempre é mais verde.

O problema crucial, eu acho, nem está em reclamar; eu, por exemplo, passo a vida fazendo isso. Reclamo até da minha sombra, por puro hábito. O problema é quando você encasqueta com alguma coisa que, sabe-se lá porque, inventou que quer muito. Sabe? Aquele cara gato, inteligente, sarado, que fala três idiomas, conserta seu micro e leva café na cama. Aquela mina gostosa, cheia das curvas, que não se atrasa pra se arrumar, tem uma mãe que é uma santa e é ninfomaníaca. O homem ou a mulher ideal! E se ele (a) aparece na sua vida? Já parou pra pensar se você é macho (e aqui uso o termo de forma unissex, conheço algumas mulheres mais machas que a maioria dos homens - e sem perder a feminilidade, o que as torna ainda mais machas) pra aguentar o rojão? Ou será que vai sair correndo como um maricas, sem saber o que fazer com aquilo tudo?

Dá medo. Eu sei exatamente o pavor que dá. Quando de repente a vida começa a fazer tudo aquilo que você quer, por mais impossível que pudesse parecer, dá um pânico absoluto - porque a gente acostuma com o contrário. E aí começa tudo a engrenar, você encontra o homem (a mulher) da sua vida, pinta aquela oportunidade de emprego inacreditável, ganha uma causa que já parecia perdida e sua conta bancária sai do vermelho... Ooooowwwww, peraí, como assim? Que que houve?

A maioria das pessoas que conheço encara isso com o pensamento do "eu não mereço", mesmo que inconscientemente. Aí olham ressabiadas e se perguntam quando (e de onde) virá a rasteira. Sim, porque a vida, fdp como é, só pode estar brincando com você, oferecendo com uma mão pra tirar com a outra. Não pode ser sério isso.

Mãe, o que que eu faço?!

É, amigo, sua mãe provavelmente não vai te salvar. Ela pode ter até umas sugestões pra te dar, mas não vai passar daí. Não adianta ficar sonhando com uma BMW se você sequer tem carteira de motorista. Vai fazer o que? Posar com ela pra foto e colocar no Orkut?

Antes de desejar alguma coisa, primeiro saiba o que quer fazer com ela. Porque você quer aquilo. E, principalmente, se você tem (perdoem-me a má expressão) culhão pra encará-la. Se não souber a resposta pra essas questões, nem tenta. Porque a vida pode ouvir, te dar o que você quer e lá na frente, quando você realmente estaria preparado pra receber, vai botar a mão na cabeça e perguntar: "Mas que merda eu fiz?!"

O branco


Quem nunca empacou diante de um texto, que atire a primeira pedra.

Se você é um ser que atravessou os duros anos da graduação, é quase impossível que nunca tenha vivido a cena: Você lá, tarde da noite, com uma folha em branco (de word ou de papel mesmo) na frente, refletindo exatamente o que se passava em seu cérebro. Se tentou se arriscar além da graduação, pior ainda. As exigências só aumentam, as limitações também, e o desespero, idem. Se nunca passou por isso, parabéns. Garanto que a imensa maioria dos mortais (acadêmicos) passou - e passa.

É claro que na graduação você ainda tenta driblar aqui e ali. Dependendo do curso, da disciplina e, principalmente, do professor, um Ctrl C + Ctrl V salva muitas vidas (crianças, não façam isso. É feio - eu sei porque já fiz a rodo). Mas vai tentar fazer isso num mestrado - não vou nem citar o doutorado. NÃO DÁ. Os caras parece que têm uma biblioteca digital, uma central de dados virtual ou coisa que o valha dentro da cabeça, ali, bem ao alcance da mão. Ou dos olhos, no caso. Eles batem o olho e TÁ LÁ. As coisas saltam, tipo o John Nash do filme Uma Mente Brilhante, saca? Por isso, esqueçam. Ctrl C + Ctrl V, aqui, só com referências bibliográficas. E é melhor que sejam boas e justificáveis.

E então você se vê sentado, diante do computador (ou do papel, whatever), tentando espremer o cérebro pra ver se sai alguma coisa. Cada frase é quase uma dor do parto (homens, considerem como um chute no saco). Bons tempos em que pra fazer uma prova você só tinha que decorar um questionário, hein?

E daí que esse texto vai ficar por aqui mesmo. Justamente porque estou num momento Omo - branco total.

Sexo frágil


Ok, eu li esse texto e foi inevitável reproduzi-lo aqui. HOMENS, viram como é simples?? Agora imprimam isso e carreguem no bolso, para eventuais dúvidas. As mulheres agradecem.

Sobre Homens Marlboro

Ah... Os Homens Marlboro... Não os que fumam... Aqueles que "sobem ao cavalo"... Que te deixam no ponto... Apagam os incêndios... Te botam fogo... Te olham a alma... Pegam no colo... Despem o corpo... Não enchem o saco... Prometem e cumprem... Tão seguros... Tão distantes... Tão próximos...

Homens de atitude são raros. E seriam os mais simples. Ontem, algumas amigas chegaram a cogitar a criação de um manual para lidar com as ditas pessoas do sexo frágil. Nós. Cogito, sinceramente, que os homens viraram o sexo frágil. Nunca sabem como lidar, como agir, quando vir, quando ir embora. Não têm a sensibilidade de saber quando estamos a fim e quando deixamos de estar. Parece que teremos que usar camisetas explicativas: não estou mais a fim; não estou te dando mole; quero você; estou apaixonada; eu vi que isto é mentira.

Então, ficam algumas dicas básicas, em tópicos. Só não desenho, porque o blog não permite. Try it, babies! ;)

* Não minta, a menos que possa sustentar a mentira sob todas as condições. Nós podemos não contar pra vocês, mas nós percebemos tudo e isto ofende nossa inteligência. Para mentir é preciso mais do que disposição pra esconder, é preciso astúcia. Vocês são muito pouco astutos. Admitam e sejam felizes. Nós costumamos achar graça da maior parte dos fatos que vocês querem esconder. Quando nos enfurecemos, nós, as mais sábias... Choramos no travesseiro... Ou... Levantamos e vamos embora...
* Não traia. Encare o método monogamia em série, é mais produtivo, prudente e lúdico. Além de garantir sua lucidez. Vocês não conseguem gerenciar nem uma mulher por vez, não se metam a gerenciar duas ou três...
* Não seja muito ciumento. Mulher não trai. Se te trair, o que é raro, a possibilidade de você saber é quase zero. Mulheres são perfeccionistas e não deixarão rastro. Estou falando de mulher, não de criaturas sem caráter, ok? Reflitam...
* Nunca prometa nada que não vá cumprir. Nem um mero telefonema. Sem expectativa, não há decepção. Portanto, promessas são bem-vindas, única e exclusivamente, junto a atitude.
* Tenha a decência de conhecê-la pra tipo não levá-la pra comer camarão e ela ser alérgica... Ou tipo dar um presente que ela nunca usaria. Procure ajuda feminina amiga em caso de pânico.
* Não a mantenha sob disposição. Mulheres querem estar perfumadas e depiladas para sua aparição. Então, você diz o dia que vai aparecer e a hora. Para que ela seja uma mulherzinha fofa quando você chegar.... E... Para que ela seja uma mulher moderna e utilize o restante do tempo para ela e não caraminholando inseguranças, traições ou afins. Ah... Você faz o planejamento, avisa e cumpre!!! É melhor alertar...
* Faça surpresas, mas evite incertas pela noite ou atitudes esquizofrênicas. Algumas são introvertidas, tímidas e outras simplesmente gostam de dormir.
* Não seja dois pesos, duas medidas. Você tem amigas, ela tem amigos. Você sai sozinho, ela também. Você joga futebol, ela tricota com as amigas. Esta regra tem pequenas exceções. Você carrega peso, troca pneus e mata baratas, ela não (não necessariamente).
* Não grude... Não suma... E descubra você, a necessidade de sua mulher. Com tato e olhos abertos é muito simples. Somos quase transparentes.
* Afaste todo tipo de encosto feminino... Falo de ex, loucas apaixonadas, amigas muito grudentas, retardadas carentes... Vale contar com a cumplicidade dela em casos mais extremos.... Ou sempre, como preferir...
* Alimente-a. Alma, estômago, corpo e mente. Portanto, seja carinhoso, não a deixe passar fome, transe muito (com ela) e ensine coisas, aprenda, converse...
* Ame-a na TPM... Dê chocolates... Aliás... Ame-a em qualquer dia... É melhor... E diga, demonstre, aja!
* Lembre-se: perdoamos quase tudo se você se fizer perdoar... Mulheres querem apenas o Happy Ending, mesmo que temporário. Eu, em situações confortáveis ao meu coração, assisto o jogo de futebol, cozinho, trago a cerveja, faço massagem, faço quase todas as vontades. Mas é preciso sabedoria e muito amor pra me levar a este ponto e me manter nele.

Mãos à obras, mocinhos e sejam felizes!!!

Texto sábio extraído daqui.

Sobre vícios

Atire a primeira pedra quem nunca se viu viciado em alguma coisa (ou alguém).

Eu sou um ser essencialmente viciado. E de um tipo de vício que não há rehab que dê jeito.

Azar o seu!

A vantagem é que meus vícios mudam com o tempo. Quando criança, eu era viciada em livros (ehr, bem, o verbo no pretérito não é exatamente aplicável aqui). Pode parecer bonitinho num primeiro momento, o sonho de todos os pais "ó, que lindo, minha filha adora ler". Não era exatamente o que meus pais pensavam, levando-se em consideração que eu esquecia de comer e, se deixasse, não dormia com a cara enfiada no livro.

Mãe, cabei!

Na sétima e oitava série do primeiro grau (porque eu sou velha e na minha época era assim) minha professora de Português levava uma sacola cheia de livros, e fazia uma espécie de "biblioteca" particular, só da turma. Ela anotava o nome do aluno e os livros que estava levando, pra serem devolvidos na semana seguinte. Invariavelmente eu queria levar cinco, seis. De Machado de Assis à Coleção Vaga Lume, não importava; eu queria ler. Chegou num ponto que minha mãe me proibiu de levar os livros pra casa; eu chegava da escola e esquecia da vida com a cara enfiada no livro. Claro que a proibição não adiantava muito. Eu simplesmente enfiava o livro dentro da blusa, me metia no meio do mato no quintal e ficava lá a tarde toda.

Tive outros vícios depois. Video game (Mortal Kombat era o top do meu vício), vôlei, a lista seria enorme. Mais recentemente, de 2004 pra cá, a ressurreição do meu vício por Lois & Clark - The News Adventures of Superman, que reinou absoluto por volta de 94 (me fazendo, inclusive, pensar em seguir a carreira de jornalismo), mas que murchou com o fim da série. Eu não tinha internet na época, afinal de contas. Tudo mudou depois que eu encontrei no Orkut um grupo de loucas que também eram apaixonadas pela série. Aí ferrou.

- Disfarça! - Tô tentando!

Maaas, como meus vícios são rotativos, eis que surgem novos. Depois que fui apresentada à música Mon Essentiel (culpa da Eloá), meu vício da vez foi evoluindo do musical Le Roi Soleil pro próprio - ou seja, Luis XIV.

Tá na hora do babyliss...

Tendo fortes oscilações para o intérprete, Emmanuel Moire, que, vamos combinar, Deus estava num dia de humor radiante quando esculpiu essa criatura. Com todo o respeito aos gays, esse homem ser homossexual agride minha heterossexualidade, mas enfim. Deixa quieto, ele tá lá na França, não ia adiantar muito ele ser hetero mesmo. Não pra mim, pelo menos (não, eu ainda não acredito nisso).

Oi.

Mas então, eu estava falando de Luis, não do Emmanuel. A personalidade do Rei Sol é fascinante. Ando devorando artigos e textos sobre ele, e pretendo, logo que possível, comprar alguns livros a respeito. Ok, confesso que conviver com ele provavelmente era um martírio, o cara tinha um ego que não cabia na França, mas, mesmo assim, há algo de hipnótico nele que me faz, muitas vezes, deixar de me dedicar a coisas mais urgentes pra me deleitar em estudos sobre sua vida.

E, neste exato momento, misturando ficção e realidade, eis-me novamente assistindo, pela enésima vez, o musical sobre tal figura. Sou neurótica?

Deus e o amor

Eu sabia que tinha alguma coisa errada nesse negócio...



E pensar que as coisas não mudaram muito de lá pra cá...


Tirinhas desse site aqui.

Lendas Urbanas

Porque se aprende muito com os velhinhos nos pontos de ônibus.

Eu, por exemplo, aprendi hoje que não devemos temer coisas como invasões alienígenas, hecatombe maia (popularmente conhecida como 2012), José Serra presidente nem violência urbana.

Não.

O perigo está ainda mais próximo do que nós imaginamos. E disfarçado!

Sim, o perigo reside neles... Nos terríveis e carnívoros... Pombos.

Eles estão lá, nos espreitando...

Pois é, vivendo e aprendendo. Estava eu, na santa paz do Senhor, aguardando a carroça o ônibus, e uma senhora tentava espantar os pombos que, muito na deles, ciscavam o chão ali por perto. Como eu já estou acostumada a tudo de estranho que acontece por aqui, ignorei. Dali a pouco chegou uma outra senhora, e gente interativa mora na roça, né? Começou o papo.

- Eu tenho uma vizinha que vive dando comida pra eles. Sempre tem um monte de pombos lá perto de casa.
- Eu odeio esses bichos! Eles são perigosos! (Eu: oi?)
- É, meu pai não gostava deles, eu já avisei a ela...
- Deixa ela se ferrar! Eu conheci uma fulana que sempre dava comida pra esses bichos e, no dia que ela apareceu e não levou nada, eles atacaram ela! Bicaram ela todinha, furaram a pele, arrancaram os olhos... (Eu: O_o)
- É mesmo?? Eu vou contar isso pra minha vizinha...
- Nah, deixa ela se ferrar, vai ser bem feito. Esses bichos são carnívoros!

Ehr... Quer dizer...

Cultura, biologia e gentileza, a gente vê por aqui.

Cuidado, você pode ser a próxima vítima!

P.s.: Os pombos, aparentemente, não se importaram com as injúrias e difamações espalhadas sobre eles. Ou talvez só estivessem disfarçando, vai saber...