Problema de cabeça


O assunto do momento, claro, é o caso do ex-goleiro do Flamengo, Bruno, suspeito de sequestrar e assassinar a ex-amante e mãe de um suposto filho seu.

Tirando os orgasmos múltiplos que a torcida arco-íris (ou seja, anti-flamenguistas) andam tendo com essa história, achando que encontraram a prova definitiva pra sua falácia de que Flamengo é time de bandido - como se jogadores não fossem a coisa mais volátil do futebol, hoje estão aqui, amanhã estão ali -, eu acho que tem muito mais no que pensar sobre essa história do que a barbaridade com que o caso foi relatado pelo tal menor. Até porque, vamos combinar, a humanidade nunca primou pelo respeito à vida; basta dar uma olhadinha nos métodos de tortura medievais que o tal "Neném", que supostamente matou e esquartejou a moça servindo-a de jantar pros seus bichinhos de estimação, vira quase um santo. Ela pelo menos foi dada aos cães já morta; lá em Roma os caras eram dados aos leões vivos mesmo. E o povo achava graça.

Mas enfim, não é sobre o sadismo inato do ser humano que eu ando pensando; é na nossa cultura podre, imbecilmente burra e machista. É ela que tem causado situações como essa.

Pra começo de conversa, homem é criado pra pensar com a cabeça de baixo. E por isso se mete em tanta enrascada. Pode ver, a maioria emagadora de merdas que acontecem são causadas por homens. Por que? Porque pensou com a cabeça de baixo, obviamente.

Queridos machos da espécie; conformem-se. Vocês mal conseguem administrar uma mulher por vez, vão tentar se meter com mais de uma PRA QUE? Porque a cabeça de baixo manda, não é? Aí vocês ignoram totalmente que a que foi feita pra pensar foi a de cima, e vão fazer besteira, felizes e contentes. Sim, porque aquele velho argumento de "instinto" já caiu por terra cientificamente. A menos que você tenha o cérebro de um cachorro ou algo semelhante, teoricamente o cérebro humano é evoluído o suficiente pra não dar vazão a seus instintos. Ou você ataca um vendedor de cerveja quando tá com sede? Se não, sinto muito, mas a desculpa do instinto já não cola mais.

Se você é um homem trabalhador, dos que não ganham mais de duzentos mil pra brincar de bola, provavelmente te disseram que "ser o garanhão", ser o macho alfa, o homem com H maiúsculo é ter sua esposa e dar umas puladas de cerca eventuais. Só pra desestressar, sabe como é. Sua querida esposa nunca vai desconfiar, afinal, as mulheres não pensam nisso. Pois ó, dica: esquece. As mulheres SEMPRE SABEM quando isso acontece. As que não sabem é porque fazem questão disso. Se você deu a "sorte" de encontrar uma assim e tá pouco se lixando pra felicidade dela, vai na fé. Seja egoísta. É, egoísta mesmo. Não, NÃO EXISTE essa onda de que vocês têm mais necessidades sexuais do que as mulheres (a menos que se enquadrem na categoria dos cérebro-de-cachorro mencionado mais acima). Queridos, entendam; vocês não são espertos o suficiente pra esconder. Vocês não sabem mentir. Aí sua esposa encontra a prova cabal da merda que você fez, só pra "desestressar", e olha a dor de cabeça. Tá estressado? Vai pescar. Economiza uma grana com peixe e não arruma mais problema. Ou então se muda pra Arábia Saudita e casa com mais de uma.

A coisa complica quando se trata dos deslumbrados que ganham cifras acima de seis dígitos. Porque, esses sim, só pensam com a cabeça de baixo MESMO. Usam a de cima pra cabecear a bola se for jogador de linha; no caso do Bruno, nem pra isso, como se vê. Esses acham que estão abafando em suas orgias com várias mulheres ao mesmo tempo. Olha, a equação é simples, mas vou tentar desenhar; vocês têm, em média, dez por cento do cérebro de uma mulher. Se juntar três, meu filho, você tá MUITO em desvantagem. Essas das "festinhas particulares", em especial, sabem ser muito mais espertas do que vocês jamais serão, porque conseguem seu dinheiro enquanto vocês, otários, trabalham (se é que jogar bola pode ser considerado trabalho, mas pulemos essa discussão filosófica). Depois não adianta chorar ao ter que pagar pensões até ir à falência, como o Romário, pagar mico público com travestis como o Ronaldo, ou até tentar resolver a coisa de uma forma mais "definitiva", como o Bruno. Optem pelas relações curtas, mas monogâmicas - e sempre com preservativos, obviamente. Ou façam vasectomia. Sério, vocês vão ser bem mais felizes e usufruir melhor seus milhões.

Se um dia eu tiver um filho, definitivamente o maior ensinamento que posso dar a ele é: Pense SEMPRE com a cabeça de cima. Você vai se dar bem, acredite.

8 Response to "Problema de cabeça"

  1. Anônimo Says:
    11 de julho de 2010 às 14:33

    Isso, deixa o superego descontrolado um pouco, o mundo precisa sofrer por vc ter tomado um par de chifres

  2. Fabiana Amaral says:
    11 de julho de 2010 às 14:53

    Hauhauhauhauahau... Ó um homem que se doeu com o que eu escrevi!! Me divirto... :D

    Babe, óssó... Todo mundo já tomou um par de chifres algum dia na vida. Eu já tomei há alguns anos sim, e todo mundo que eu conheço também. Se você não tomou é só porque ainda não sabe disso, viu?! ;)

    Obrigada pela visita e volte sempre! :D

  3. Anônimo Says:
    16 de julho de 2010 às 21:23

    muito bom! kkk
    impossível não dar boas risadas com o seu post! kkk

  4. Fabiana Amaral says:
    18 de julho de 2010 às 18:45

    Obrigada, amigo Smurf! :)

    Volte sempre!

  5. Rangele Guimarães says:
    5 de novembro de 2010 às 12:34

    kkk, ri do anônimo ali em cima também...

    Viu NADY? Sou post fez o MUNDO SOFRER! huahsdhuasdhuashudas

    Muito bom, muito bom mesmo!
    Tchucas!

  6. Fabiana Amaral says:
    6 de novembro de 2010 às 14:02

    Mas não é? Eu sempre deixo a opção de comentários anônimos habilitada porque eu sei que aparecem essas peças pra me fazer rir... :D

  7. Magus silva Factos e Críticas Says:
    24 de julho de 2012 às 14:31

    embora o seu comentário não prime pela cortesia, sempre misturando palavras que eu considero deslocadas e que certamente não fariam falta para uma pessoa que tão bem domina a prosa,no geral aprovo o seu raciocínio.
    se exagerar, ao acusar o machismo estúpido, com toda a razão, acaba por parecer você mesma uma feminista intolerante. Mas lá que tem razão tem,

  8. Fabiana Amaral says:
    24 de julho de 2012 às 16:39

    Que nada, Magus. Eu já fui feminista sim, na fase extremista conhecida como "adolescência", mas hoje em dia até me permito ser machista de vez em quando. Eventualmente ainda brinco que não dei autorização pra ninguém queimar sutiã em meu nome e fazer essa revolução que bagunçou os papéis femininos e masculinos na sociedade, mas é claro que é brincadeira.
    Quanto às palavras descorteses, na verdade elas são propositais; a ideia do post era quase ser um papo "de homem pra homem", daqueles escrachados que se tem num bar, enquanto se bebe uma cerveja. O objetivo era usar termos que primassem mais pela objetividade do que pela cortesia, entende? ;)

Postar um comentário